São Paulo, terça-feira, 15 de março de 1994
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Farah presta depoimento amanhã na PF em inquérito do esquema PC

MÁRIO SIMAS FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da Federação Paulista de Futebol, Eduardo José Farah, vai depor amanhã às 10h na Polícia Federal em São Paulo, no inquérito que investiga o esquema PC. Ele terá que explicar a origem de um cheque de US$ 172 mil depositado em sua conta em abril de 1992. O cheque administrativo do Banco Excel foi comprado pela Cross Financial Corporation, empresa que pode ter sido usada pelo esquema PC para fazer remessa irregular de dinheiro ao Exterior.
O rastreamento feito pelo Banco Central na conta da Cross confirmou a existência do cheque emitido em favor de Farah. Quem autorizou a movimentação fiananceira foi o uruguaio Roberto Carlos Kovacs, procurador da Cross que está com a prisão preventiva decretada desde setembro do ano passado. O delegado João Carlos Abraços, que investiga a conexão da Cross com o esquema PC não descarta a posssibilidade de Kovacs ser mais um "fantasma" de PC.
Além de dizer a origem do dinheiro, Farah também terá que mostrar à PF se o recebimento dos US$ 172 mil consta de sua declaração de renda. Se o dinheiro não tiver sido declarado, Farah poderá ser indiciado sob a acusação de sonegação fiscal.
A PF suspeita que o esquema PC tenha usado o futebol para fazer lavagem de dinheiro obtido por intermédio de propinas. O rastreamento do Banco Central encontrou diversos cheques da Cross para clubes de São Paulo e do Rio de Janeiro, entre eles Vasco da Gama, Noroeste, Ponte Preta e Guarani.

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