São Paulo, quarta-feira, 16 de março de 1994 |
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Maluf desconfia de candidatura de FHC
CARLOS EDUARDO ALVES
O ministro Fernando Henrique Cardoso, que disputa com Maluf o apoio do PFL, não escapou a uma bravata do prefeito paulistano. "Se eu não tiver dois votos contra um de Fernando Henrique em São Paulo, renuncio à vida política", afirmou. Maluf acha que não dará certo o plano de calçar a candidatura FHC com o eventual sucesso do plano econômico. "A URV é uma moeda que tem inflação no cruzeiro real e na nova moeda", acha. Para embasar o ceticismo sobre o fim da inflação, Maluf citou que algumas lojas paulistanas estariam calculando juros de 100% ao ano nas compras pelo crediário. "As indefinições do ministro e o fato de o próprio governo estar sinalizando uma inflação de 44% ao mês vão acabar comprometendo o plano', acha o prefeito. Maluf tem sido aconselhado por auxiliares e familiares a não disputar a Presidência da República. Os argumentos mais utilizados na tentativa de convencimento é ele entraria na eleição sem nenhuma garantia de ao menos chegar no segundo turno e que lhe falta uma coligação de peso. "É lógico que uma coligação é importante, mas toda eleição é um risco", disse. O prefeito de São paulo conversou por telefone ontem com o governador da Bahia, Antonio Carlos Magalhães. Não avançaram sobre uma eventual aliança. Maluf, segundo a avaliação que faz com seu círculo mais próximo, está convencido de que a cúpula do PFL tende a um acordo com o PSDB em torno da candidatura de FHC. Mas tem certeza, até baseado em contatos que mantém com membros do PFL, que uma fatia considerável das lideranças estaduais daquele partido não aceita o aval ao tucano. A luta imediata de Maluf é convencer o PFL e setores empresariais que ele é o candidato ideal para derrubar Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. Texto Anterior: Deputado faz novo dossiê contra central Próximo Texto: Diretores da Manchete têm prisão pedida Índice |
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