São Paulo, quarta-feira, 16 de março de 1994
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Cardeal foi votado para papa

DA REPORTAGEM LOCAL

Os problemas cardíacos de dom Aloísio Lorscheider, 69, podem ter impedido que o Brasil tivesse seu primeiro papa. Em agosto de 1978, com a morte do papa Paulo 6º, ele era um dos candidatos mais cotados para assumir o cargo. Foi ele mesmo quem articulou junto a seus colegas para não ser votado. Com algumas pontes de safena no coração, ele temia morrer a qualquer momento. Seu pai e sua mãe morreram do coração. O papa eleito, João Paulo 1º, declarou que tinha votado nele.
Lorscheider foi secretário-geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) entre 1968 e 71. Neste ano assumiu a presidência da entidade, cargo que exerceu até 1979. Foi o período mais crítico das relações entre a Igreja e o regime militar.
Em 1969, Lorscheider foi um dos autores do documento da CNBB que exigiu do governo a volta do estado de direito, "com funcionamento do Executivo, Legislativo e Judiciário, e com a elaboração de uma Constituição eficaz".As posições do cardeal causam polêmicas dentro da Igreja. Ele foi ardoroso defensor no Vaticano do trabalho do teólogo Leonardo Boff, um dos criadores da Teologia da Libertação. Também defendeu a ordenação de padres casados, desde que eles mantivessem o celibato.(LHA)

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