São Paulo, quarta-feira, 16 de março de 1994
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Citi considera fechado o acordo da dívida externa

Novo presidente acha positiva candidatura de FHC

DA REPORTAGEM LOCAL

O Citibank, maior credor privado internacional do Brasil, considera que o acordo da dívida externa de US$ 35 bilhões está fechado, faltando apenas operar a sua implementação. Segundo Álvaro de Souza, um dos nove membros da diretoria mundial do Citi, em Nova York, o país está na reta final para o fechamento de um contrato que encerra 11 anos de contencioso.
"Estamos na reta final mesmo", afirmou Souza, ao transmitir o cargo de presidente do Citibank do Brasil para Roberto do Valle, ex-diretor do próprio Citi na Espanha. "O fechamento dos termos finais com o FMI estão implementados e com os bancos também. Os sinais são todos positivos."
Souza acrescentou que a indefinição do resultado das eleições presidenciais em outubro não causam temor aos credores. "Esse acordo, ao contrário dos anteriores, está sendo feito com o apoio do Congresso e não apenas pelo ministro e o presidente", disse. "Qualquer governo é soberano para mudar as coisas, mas essas mudanças, agora, dependem também de aprovação do Congresso."
Roberto do Valle, novo presidente do Citi no Brasil, porém, rasgou elogios a uma eventual candidatura do ministro Fernando Henrique: "Ele garantiria a estabilidade".
Segundo Souza, o discurso do candidato Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, não traz empecilhos ao acordo. "O Brasil deve US$ 100 bilhões no total, 75% dos quais para governos e organismos multilaterais de crédito", citou. "Acho que é sobre essa parte da dívida que ele se refere quando fala em renegociação."
A emissão de US$ 3 bilhões em títulos do Tesouro americano para substituir parte dos compromissos antigos do Brasil, após o aval do FMI, não terá o menor problema operacional, afirma Souza. "Essa emissão se faz em dez minutos."
Roberto do Valle estava fora do Brasil desde 1990 e encontrou, na volta, um país mais forte politicamente, mas com a mesma instabilidade econômica. Por isso ele apóia o ministro da Fazenda. "Como senador, ele pode até ajudar mais o plano econômico", disse Valle.

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