São Paulo, quarta-feira, 16 de março de 1994
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Magazines aderem a crediário em URV

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Mappin aderiu ao crediário em URV. Todos os produtos vendidos pela loja podem ser comprados em até dez parcelas. As mercadorias continuam com os preços fixados em cruzeiros reais. Na data da compra, é feita a conversão pela URV do dia, para determinar o valor da compra em URVs.
"O valor da prestação em URV vai depender do número de prestações que o cliente quiser pagar", explica Sérgio Orciuolo, subdiretor de comunicações e promoções da empresa. "Os juros do crediário variam de 2%, na compra em três pagamentos, até 4% ao mês, para as dez parcelas".
Orciuolo calculou quanto ficaria a prestação de um produto que custasse à vista CR$ 750 mil, financiado em seis vezes. "Se a URV estivesse valendo CR$ 750,00, o preço da mercadoria ficaria em 1.000 URVs. Pela nossa tabela, haveria um acréscimo de 2,2% ao mês para pagamento em seis meses. O cliente teria que pagar seis parcelas de 180 URV".
Orciuolo diz que o Mappin també continua vendendo seus produtos em dois cheques pelo preço à vista. Atualmente mais de 90% da vendas do Mappin são operações à vista. "Não acredito que isso vá se alterar rapidamente. Para testarmos o sucesso do crediário é preciso esperar que as pessoas comecem a receber os holerites em URV e que entendam quanto terão que reservar por mês para pagar a prestação", diz Orciuolo.
Para a Arapuã, que vende a prazo em URV desde o dia 7, a promoção é considerada um sucesso. "Houve um crescimento nas vendas de cerca de 40%", diz o diretor da empresa João Alberto Ianhez. "Antes da URV as vendas pelo crediário representavam 30% do faturamento. Agora estão entre 42% e 45%".
Ianhez diz que o crediário deu um impulso principalmente para a venda de produtos eletrônicos. "Muita gente que estava sem possibilidade de comprar está voltando ao crediário, porque o salário também é corrigido pela URV", afirma.
Os juros do crediário da Arapuã, entretanto, ficaram mais caros a partir desta semana. Eles eram de 5,5% ao mês no início do mês e desde a segunda-feira estão entre 7,5% e 8%. Ianhez explica que o financiamento ao consumidor da Arapuã é uma operação mercantil e que a empresa cobra "taxa de empréstimo" e não juros. Segundo ele, o aumento nas taxas foi provocado por um "recálculo" nos custos da operação, feito no último final de semana.
A Mesbla, que ainda não decidiu vender a prazo com prestações em URV, começou ontem a aceitar os cartões de crédito na compra de todos os itens da loja, sem acréscimo. "Agora o preço é sempre o mesmo, tanto faz pagar com dinheiro, cheque ou cartão", explica Claudia Quaresma, diretora-superintendente da Mesbla.

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