São Paulo, quinta-feira, 17 de março de 1994 |
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Para Fazenda, real faz consumo crescer
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Gesner de Oliveira, previu ontem aumento do consumo quando for criado o real. "Vai haver uma demanda maior, mas o governo está preparado para enfrentar este problema com uma política de juros altos", disse Gesner a 13 delegados da Sunab reunidos em Brasília para debater os problemas da URV. O pressuposto é que os salários corrigidos em URV na atual fase de transição vão aumentar o poder de compra dos trabalhadores. Além disso, os preços estariam estabilizados e a moeda valorizada.O presidente da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), Levy Nogueira, presente ao encontro, afirmou que não haverá desabastecimento. Segundo ele, um grande fabricante de materiais de higiene e limpeza já aceitou conceder o deflator de 48% nas vendas em URV e outros seis apresentaram propostas em URV. Este desconto seria repassado aos consumidores finais, disse Nogueira. O deflator, segundo ele, equivale ao expurgo da correção monetária e despesas tributárias –a Receita Federal isentou da base de cálculo dos impostos federais a correção monetária. Para Ronald Rodrigues, vice-presidente da Abia (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos), o deflator de 48% pretendido pelo comércio é muito alto. A indústria, acrescentou, concordará em praticar o desconto dos juros entre setembro e dezembro de 93 –que teriam ficado em torno de 40%, e não 48%. Os supermercados não vão fixar seus preços em URV, afirmou Nogueira, porque a MP 434 estabelece que eles devem ser fixados em moeda corrente do país e porque seria inviável remarcar os preços de todos os produtos diariamente. Ele disse ainda que os preços não devem cair logo, pois a inflação em cruzeiros reais permanece. Texto Anterior: Média para oligopólios não afeta inflação Próximo Texto: Alimento sobe até 7% em URV, diz Carvalho Índice |
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