São Paulo, quinta-feira, 17 de março de 1994
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Perdigão anuncia venda de fábrica no MT

DA REPORTAGEM LOCAL

A Perdigão revelou ontem os detalhes da venda, por US$ 8 milhões, de sua indústria de esmagamento de soja (Perdigão Amazônia), localizada em Cuiabá (MT), para o grupo paranaense Sperafico. O novo proprietário assumirá também o passivo da empresa, estimado em US$ 2,8 milhões.
Um acordo de parceria estabelecido entre as partes prevê o pagamento imediato de cerca de 30% do montante em fornecimento de milho processado pela empresa paranaense. Trata-se de insumo básico para as criações da Perdigão. O restante será liquidado quando a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) homologar a transferência.
Com capacidade para esmagar 1.300 toneladas diárias de soja, a Perdigão Amazônia, instalada em 1990 com incentivos da Sudam, não chegou a entrar em operação. O grupo concentra suas operações no setor de aves e suínos e usa derivados de soja como ração animal.
Segundo o diretor financeiro Luiz Murat Jr., a transferência da Perdigão Amazônia, além de eliminar despesas de US$ 2 milhões anuais de uma unidade que não gerava recursos, contribuirá para reduzir em US$ 3,6 milhões o endividamento financeiro do grupo Perdigão, calculado em US$ 186 milhões.
O grupo prepara-se para vender também a esmagadora de soja e refinadora de óleo de Marau (RS), atualmente desativada, uma indústria de enlatados em Utinga (região do ABC paulista) e outros imóveis. Essas transações, de acordo com o executivo, devem totalizar US$ 30 milhões.
O processo de transferência da unidade de Marau, segundo a empresa, depende apenas de parecer final do BNDES, agente financeiro da operação. O proprietário deverá se comprometer a manter o fornecimento de farelo de soja ao grupo.
Segundo o diretor corporativo Ricardo Menezes, o processo de venda do grupo Perdigão "marcha dentro das etapas previstas" e deve ter seu desfecho em abril.
Até o final deste mês, representantes de empresas que se candidatam a assumir o controle acionário da Perdigão, vão cumprir um programa que prevê visitas às plantas industriais e entrevistas com a diretoria da empresa, seguindo cronograma estabelecido pelo Banco Garantia, encarregado da venda de ações da Videira, holding dos atuais controladores.(NB)

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