São Paulo, quinta-feira, 17 de março de 1994
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Qualidade Total; Tradução de Faulkner; Gente que faz; Eficiência e estatais; Desilusão brasileira; Guiomar Novaes

Qualidade Total
"Foi com enorme satisfação que li o primeiro fascículo do Qualidade Total e vimos manifestar nossas congratulações a esse importante veículo de comunicação pela publicação da série. Essa iniciativa, que ampliará consideravelmente a disseminação dos princípios da qualidade, visto que a eles terão acesso mais de 700 mil leitores, se reveste de fundamental importância para elevar a competitividade brasileira, especialmente por parte das micro e pequenas empresas. A CNI, engajada nos esforços de aumentar os níveis de qualidade e produtividade da indústria brasileira, tem executado um conjunto de atividades, dentre as quais a edição de publicações que possam influenciar e auxiliar as empresas."
Albano Franco, presidente da Confederação Nacional da Indústria –CNI– (Rio de Janeiro, RJ)

"Queremos parabenizar a Folha e a Sebrae pela publicação do 1º fascículo Qualidade Total. Temos a certeza de que os dez mandamentos da qualidade serão de extrema utilidade."
Renata Serra, Berje Raphaelian, Octávio Bastos, diretores da RSB Consultoria em Desenvolvimento Humano (São Paulo, SP)

Tradução de Faulkner
"Em sua edição de 26/02, o caderno Mais! publicou um resenha de nossa edição da obra 'Três Novelas de William Faulkner', com um título que não faz justiça à verdade, 'Edição de novelas de W. Faulkner mutila original'. A rigor, a novela 'Cavalos Malhados', contra cuja integridade o crime teria sido cometido, foi publicada exatamente como se apresenta em nossa edição no livro 'Three Famous Short Novels', edição da Vintage Books, uma divisão da Random House, tradicional editor do grande escritor. Esclareça-se que o copyright do texto original dessa antologia foi registrado pela Vintage Books em março de 1961, um ano antes de sua morte, tendo sido renovado em 1966 pelas filhas do autor. Faulkner e sua família sabiam, pois, que o texto ali publicado não era o mesmo de 'The Peasants' (1º capítulo da 4ª parte do romance 'The Hamlet'), nem o da primeira versão de 'Spotted Horses'. Sabiam e aceitaram que assim viesse a público, como novela. (Diga-se, de passagem, que são numerosíssimas, em toda a sua obra, versões, reutilizações, variações de textos anteriores. Veja, a propósito, a nota introdutória de Faulkner da edição –também Vintage Books– de 'The Mansion'. Esclarecido esse mal-entendido bibliográfico do articulista Bernardo Carvalho, diga-se que ele tem pleno direito de gostar ou não do texto traduzido. Sucede, no entanto, que o exemplo que ele dá de 'frases de difícil entendimento, que em inglês soam claríssimo', não é nada feliz, pois se trata exatamente do que está escrito no original transcrito por ele. Outro exagero de Bernardo Carvalho é quando se espanta com 'a criação de parágrafos onde não havia, como no início da segunda e última parte do texto (pág. 83 da edição brasileira)'. Não há violência alguma contra o estilo de Faulkner em se abrir parágrafo onde, após um trecho narrativo, há uma frase falada por Flem Slopes. Estando patenteado que a resenha de Bernardo Carvalho é muito mais subjetiva do que os leitores do caderno Mais! possivelmente desejariam, fazemos um apelo ao seu respeito pela boa ética jornalística quando lhe solicitamos dar a esta carta o destaque a que faz jus."
Enio Silveira, editor (Rio de Janeiro, RJ)

Resposta do jornalista Bernardo Carvalho – O editor Ênio Silveira está certo ao refutar a menção feita por mim à ausência do último parágrafo de "Cavalos Malhados" na edição brasileira de "Três Novelas de William Faulkner". De fato, a edição americana de 1961 em que a Civilização Brasileira se baseou não tem o último parágrafo desse texto, como publicado na edição corrigida de "The Hamlet", em que me baseei para fazer a crítica. Isso não justifica, no entanto, a falta de cuidado da edição e da tradução brasileira nem a abertura de parágrafos onde não havia.

Gente que faz
"Sobre notícia veiculada dia 15/03, esclarecemos que o senador José Eduardo de Andrade Vieira não foi e não será personagem do programa 'Gente que Faz', embora, por sua atuação e sua história, seja conhecido nacionalmente como empresário realizador. O programa está a serviço do povo brasileiro, da gente que faz. Desde o seu início, jamais esteve e jamais estará envolvido em nenhum outro processo de comunicação."
Sérgio Reis, diretor de Marketing do Grupo Bamerindus (São Paulo, SP)

Eficiência e estatais
"O sr. Otavio Frias Filho, na condição de diretor editorial da Folha, frequentemente tem defendido a privatização das estatais, principalmente a Petrobrás e o monopólio estatal do petróleo, afirmando que as mesmas são ineficientes e que oneram o bolso dos contribuintes. Como funcionário da Petrobrás há 15 anos em regime de turno, nunca houve um dia de atraso ou falta ao trabalho. Sempre dediquei-me ao máximo para manter a empresa eficiente como sempre foi, e o país abastecido de derivados de petróleo. Como leitor e assinante da Folha há três anos, jamais recebi o livro prometido como brinde. As entregas a domicílio têm chegado com muito atraso e em certos domingos não me foram entregues (nem a restituição em dinheiro do exemplar pago antecipadamente). Aguardo publicação e resposta."
Edson Miranda (Campinas, SP)

Nota da Redação – A Folha providenciou a remessa dos últimos cinco livros usados como brinde para o assinante e se dispõe a prorrogar a assinatura para compensar os dias em que houve falha na entrega dos jornais. Reclamações dos leitores e assinantes são bem recebidas e tratadas com transparência –são vistas como forma de aprimorar os serviços do jornal. Quanto à crítica à posição privatizante defendida pela Folha, se as empresas estatais ostentam níveis elogiáveis de eficiência, não há por que manter a proteção de um Estado paternalista. Não há, nessa hipótese, que se ter medo da competição.

Desilusão brasileira
"Por que tenho vergonha de ser brasileiro? Quando jovem, acreditei neste país e tomei parte numa guerra, sendo ferido e condecorado várias vezes, mas hoje, vendo o que se passa neste Brasil, me arrependo de um dia acreditar que viveria e veria meus filhos e netos terem uma vida digna. Ver os políticos e governantes nadarem num mar de lama e nada acontecer. Será que não temos mais brasileiros dispostos a dar sua vida para tornar habitável este país?"
Ary de Almeida Pavão, veterano da Força Expedicionária Brasileira –FEB (Belo Horizonte, MG)

Guiomar Novaes
"O dia 28/02 assinalou o centenário de nascimento da maior pianista brasileira, Guiomar Novaes. Esse jornal não encontrou sequer uma linha para assinalar o evento."
José da Veiga Oliveira (São Paulo, SP)

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