São Paulo, quinta-feira, 17 de março de 1994
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Aventura dos Cousteau começa nos anos 30

SILVIO CIOFFI
EDITOR DE TURISMO

A odisséia moderna de Jacques-Yves Cousteau –que inclui a exploração da Amazônia– começou em 1936. Nesse ano o então oficial da Marinha francesa em Toulouse, no mar Mediterrâneo, fez experimentos que resultariam na invenção do "acqualang", o tanque de ar comprimido utilizado nos mergulhos autônomos.
Cousteau, hoje com 84 anos, é chefe de um clã e autor de documentários que receberam três Oscars. Sua saga como explorador começou em 1950, quando reformou um barco da Segunda Guerra Mundial, adapatando-o para pesquisas. Rebatizado de Calypso, esse velho caça-minas britânico é considerado o navio-laboratório que mais missões científicas empreendeu pelos oceanos e bacias hidrográficas em todo mundo.
Em 1957, já muito conhecido na França, Jacques Cousteau passa a dirigir o Instituto Oceanográfico de Mônaco, uma instituição que modernizou contratando pesquisadores e construindo laboratórios que servem de quartel-general para suas viagens de reconhecimento subaquático. Dois anos depois, a Fundação Cousteau –que tem hoje mais de 350 mil associados na França e nos EUA– iniciou a primeira grande campanha para a preservação dos oceanos.
Mas nem tudo foi sempre um mar-de-rosas na vida de Cousteau. Em 1979 seu filho Philippe morreu ao amerissar no rio Tejo, em Portugal. Foi também nessa época que um de seus biógrafos, Richard Munson, o acusou de maltratar animais para tornar algumas filmagens mais interessantes.
Cousteau na Amazônia
A partir de junho de 1982, uma expedição passou 18 meses na Amazônia, percorrendo os 6,2 mil quilômetros entre a foz do Amazonas e as nascentes do rio, nos Andes peruanos. O resultado está no livro "A Viagem de Jacques Cousteau na Amazônia" (veja reportagem abaixo), escrito em co-autoria com Moseu Richards. Foram tiradas 75 mil fotos durante a viagem, 250 publicadas no livro e algumas delas reproduzidas nesta edição com a autorização de Ayrton Camargo, fotógrafo da "The Cousteau Society".
O oceanógrafo esteve no Brasil às vésperas da Rio-92 para advogar a exploração criteriosa e racional da Amazônia, a maior floresta tropical do planeta.

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