São Paulo, quinta-feira, 17 de março de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Requinte vale os altos custos da viagem

TEREZA RANGEL
DA ENVIADA ESPECIAL À AMAZÔNIA

Requinte vale os altos custos da viagem
Cada passageiro gasta em média US$ 800 por dia para navegar em um dos mais luxuosos navios do mundo
Os cerca de US$ 800 (cerca de CR$ 574 mil) diários gastos por pessoa nesse cruzeiro são recompensados pelo luxo e requinte a que tem direito cada passageiro dentro do Royal Viking Queen. Considerado pequeno, mas espaçoso, o navio pode transportar até 212 passageiros. A cabine mais simples dá direito, logo de entrada, a uma garrafa de champanhe francês, acompanhada de cartões de boas-vindas.
O navio, com seis andares, sobeja sofisticação. É considerado atualmente um dos mais luxuosos do mundo. No primeiro andar, onde está o restaurante, as paredes estão cobertas da quadros feitos de mapas de navegação antigos, com custo estimado pela concierge Gabrielle Castermans em US$ 13 mil, cada. No restaurante, há à disposição, além de um cardápio variado e que nunca se repete, uma carta de vinhos de toda parte do mundo, incluindo Château Mouton Rothschild, Château Latour e Château Lafite Rothschild.
Dois andares acima, onde está localizada a recepção do navio/hotel há dois painéis, pintados a mão, retratando o deque com supostos passageiros dos anos 20 –o RVQ foi construído há dois anos. À la Hitchcock, aparecem, com ternos contemporâneos, os arquitetos que desenharam o navio: Peter Yran e Bjorn Storbraaten.
Painel eletrônico
No piano-bar, há um painel eletrônico que mostra o roteiro já cumprido pelo navio e a exata localização. E mais. Dá o horário de qualquer parte do mundo e permite escolher os roteiros de sete navegadores famosos: Leif Eriksson, Vasco da Gama, Cristóvão Colombo, Fernando de Magalhães, James Cook, Thor Heyerdahl. É como um videogame. Apertando botões, aparece no mapa-múndi os roteiros feitos pelo navegador escolhido, em luzes que piscam.
Biblioteca
O passageiro ficou em dúvida quem foi Leif Eriksson? Sem problemas. Anda 20 metros até a biblioteca/videoteca e consulta a Encyclopaedia Britannica, que tem dados sobre todos eles. A biblioteca/videoteca traz livros em variadas línguas: inglês, francês, alemão, italiano e japonês.
Os vídeos, classificados por estilos, podem ser retirados a qualquer momento e vistos na cabine. Aqui, um pequeno reparo. Dentre os cerca de cem títulos disponíveis, um, "The Jazz Singer" (O Cantor de Jazz), trazia em sua etiqueta a informação de que se tratava do original, de 1927, com Al Jolson que decretou a morte do cinema mudo, quando na verdade era um remake com o Neil Diamond. (Tereza Rangel)

Texto Anterior: Programa de bordo inclui aulas e bichos
Próximo Texto: Aventura dos Cousteau começa nos anos 30
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.