São Paulo, sexta-feira, 18 de março de 1994
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Receita reconhece que forneceu dados errados à CPI do Orçamento

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A delegacia da Receita Federal de Mato Grosso do Sul reconheceu que enviou informações erradas à CPI do Orçamento. O erro aumentou em dez vezes o tamanho da área de sete fazendas do deputado federal Flávio Derzi (PP-MS). Este foi o segundo erro constatado pela Receita Federal nas informações prestadas à comissão.
Em 31 de janeiro, a Receita afirmou em ofício que havia se enganado ao atribuir um rendimento ao deputado federal Anníbal Teixeira (PTB-MG) em consequência de uma fazenda do parlamentar em Minas Gerais. O ganho, não declarado no imposto, foi um dos motivos que levou a CPI do Orçamento a concluir pelo pedido de cassação do deputado.
Ofício
O ofício contendo os dados da declaração de renda de Derzi (que leva a data de 22 de fevereiro) do delegado da Receita em Campo Grande (MS), Jorge Anibal David, foi incorporado à defesa do deputado. David afirma que as informações que constam no disquete apresentado por Flávio Derzi são diferentes das processadas pelo Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados).
A declaração de renda do deputado é referente ao ano base de 1992. As sete fazendas de Flávio Derzi somaram 13,2 mil hectares, segundo consta da declaração apresentada no disquete, e 132,4 na declaração que foi processada pelo Serpro.
A mudança de números não deve alterar o parecer do relator do processo contra o deputado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados, deputado Wilson Muller (PDT-RS). Muller deve pedir a cassação de Derzi com base em outras acusações da CPI da Orçamento.
A comissão concluiu que o deputado Flávio Derzi, além de ter cometido irregularidades fiscais, usou o seu mandato parlamentar para conseguir vantagens individuais.

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