São Paulo, sexta-feira, 18 de março de 1994
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Maluf quer concorrer; assessores são contra

DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito Paulo Maluf é candidato à Presidência e já escolheu a data em que fará o anúncio formal: será 28 ou 29 deste mês, dias antes do prazo de 2 de abril, data fatal para deixar a prefeitura. Os principais assessores e os familiares de Maluf, porém, acham que o lançamento de sua candidatura presidencial é extremamente arriscado, devido às dificuldades para obter alianças.
Maluf considera que tem boas chances de ser eleito: "Se houvesse três ou quatro candidatos em condições de ganhar de Lula, eu ficaria na prefeitura. Mas não é o que acontece e a campanha vai exigir alguém de muita coragem." Os assessores do prefeito, porém, já dão como certa a aliança do PSDB com o PFL. Na avaliação dos auxiliares, Maluf precisaria do apoio do PFL do governador Antônio Carlos Magalhães para melhorar sua votação no Nordeste. O prefeito de São Paulo, porém considera que o problema se resume à escolha de quem pode derrotar o virtual candidato do PT. Houve um momento em que o prefeito chegou até a admitir que poderia apoiar uma candidatura FHC, se ficasse claro que ela encarnaria o anti-Lula. A última pesquisa do Datafolha o convenceu a disputar a eleição. Para reforçar sua argumentação, Maluf cita resultados eleitorais anteriores em São Paulo, em que levou vantagem no confronto com Lula. Seus assessores, porém, lembram que Lula tem uma votação bem distribuída em todas as regiões –de 27% no Sudeste a 34% no Nordeste–, enquanto Maluf oscila muito –8% no Nordeste a 15% no Sudeste.

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