São Paulo, sexta-feira, 18 de março de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Parreira usa amistoso de Recife como último teste

HUMBERTO SACCOMANDI
ENVIADO ESPECIAL AO CAIRO

O técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira, pretende observar e testar contra a Argentina, no amistoso da próxima quarta-feira, em Recife, os jogadores Edílson (meia do Palmeiras), Cléber (zagueiro do Palmeiras) e Rivaldo (atacante do Corinthians). Os três tiveram poucas chances na seleção e estão atravessando boa fase em seus clubes, disse Parreira à Folha. Isso indica que eles devem ser aproveitados na partida amistosa da próxima semana.
O técnico brasileiro deixou ontem pela manhã a cidade do Cairo, onde assistiu na última quarta-feira à partida entre Egito e Camarões. A seleção de Camarões, segunda adversária do Brasil na primeira fase da Copa do Mundo (o jogo será dia 24 de junho, em San Francisco), não conseguiu ir além do empate sem gols contra o Egito, que não se classificou para o Mundial. Parreira deve chegar ao Brasil hoje pela manhã.
"Alguns jogadores nós já conhecemos bem e não fazia sentido convocar", disse. Edílson, Cléber e Rivaldo devem ser, assim, os últimos novatos, entre os jogadores que atuam no Brasil, a serem testados antes da Copa. Isso deve excluir da seleção o atacante Dener, que joga no Vasco da Gama.
"Temos mais dois jogos. Contra o Paris Saint-Germain, na França, fica mais fácil aproveitar os jogadores que estão atuando na Europa", afirmou Parreira. A partida contra a equipe francesa, na qual jogam os brasileiros Ricardo Gomes, Valdo e Raí, será em 20 de abril, no Parc des Princes, em Paris.
"Contra a Islândia, no Brasil (dia 4 de maio, em Florianópolis), poderemos deixar alguns desses jogadores europeus de fora para dar uma última olhada, tirar alguma dúvida sobre algum jogador no Brasil", disse o técnico brasileiro. Tirar dúvidas, para Parreira, significa uma última observação entre aqueles jogadores já incluídos na lista de 60 nomes mantida pela comissão técnica.
Falando à Folha, Parreira citou frequentemente a dupla de cabeças-de-área Dunga (do Stuttgart alemão) e Mauro Silva (do La Coruña espanhol). Deu a impressão de que os dois têm lugar certo na seleção.
"O ideal é ficar com o Mauro Silva mais plantado e o Dunga saindo, mas não tanto. Afinal, eles são os responsáveis pela cobertura no meio-de-campo", afirmou Parreira.
O treinador voltou a defender o volante Dunga, estigmatizado depois de sua participação na seleção brasileira comandada por Sebastião Lazaroni na Copa do Mundo de 1990 (na Itália). "Ele não é nenhum Maradona ou Zico, mas sabe distribuir, chega bem até a área adversária e chuta de fora", disse Parreira.

Texto Anterior: PARA ENTENDER O CASO
Próximo Texto: Havelange confirma a sua candidatura
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.