São Paulo, sexta-feira, 18 de março de 1994
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Cristal conquista público com massa fina

JOSIMAR MELO
ESPECIAL PARA A FOLHA

A Cristal é a pizzaria que melhor representa uma nova idéia de ambientação para este tradicional tipo de restaurante paulistano, nascido e tornado típico na zona leste da cidade, na esteira da imigração do sul da Itália no início do século.
Na última década, a cidade conheceu algumas novas pizzarias, instaladas em ambientes mais modernos e menos folclóricos, que atraíram a juventude. Foi o caso da Cristal. À parte a ambientação, estas pizzarias também apostaram num estilo de pizza mais "leve", de massa fina, que contava até então com poucos representantes na cidade.
A inauguração, em meados do ano passado, da filial da Cristal na av. Paulista, confirmou o sucesso da opção de seus idealizadores. O novo ponto foi erguido com uma arquitetura exuberante, de cores esmaecidas nas paredes, madeira e couro nas mesas e cadeiras, e modernas luminárias pendendo no espaço amplo. Do projeto de Sergio Assumpção (também um dos sócios da casa) consta ainda um charmoso bar suspenso logo à entrada, voltado para a rua com vidraças que descortinam, em estranho silêncio, o tráfego dos viadutos da Paulista com Rebouças.
A sociedade que dirige o novo ponto da Cristal combina proprietários da matriz com outros mais novatos -como Paulo Maluhy, Carlos Rios (também do Esplanada Grill), Silvio Foz, o engenheiro Ary Perez e a artista plástica Denise Millan. Os veteranos do ramo têm garantido um funcionamento profissional para a casa.
O movimento de um público informal dos Jardins aquece a pizzaria também na hora do almoço (quando há também um bufê com preço fixo). Na verdade o cardápio não fica somente nas pizzas, mas estas são de fato sua melhor atração. Finas, em porções individuais preparadas em forno de lenha, têm as opções tradicionais (uma boa margherita, uma amena pizza de alho), e outras como mozzarella e alice, e a vegetariana (com pimentões, funghi, cebola, azeitona e mozzarella).
Ao lado das pizzas, a Cristal também serve grelhados, preparados sem o calor do carvão, mas com carne de boa procedência (Bordon). A picanha é suculenta, mas o bife de chorizo (o contra-filé, que, diferente do que acontece em sua pátria, a Argentina, é aqui servido numa peça mais fina), poderia ser mais tenro.
A sessão de massas é pouco imaginativa e de fraca execução; a sessão de sanduíches é mais interessante. Ela é dedicada aos beirutes, que são finalizados no forno de lenha, ficando sequinhos e crocantes com o altíssimo calor.

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