São Paulo, sábado, 19 de março de 1994
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Auxílio tardio

No discurso que fez para empresários, durante jantar na quarta-feira, a ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher abordou um de seus assuntos políticos preferidos nos dias que passou por aqui: o mecanismo da reeleição.
Thatcher criticou a idéia de impedir que um governante com mandato de quatro anos submeta sua administração ao eleitorado. Para Thatcher –ela própria vencedora de duas eleições enquanto estava no governo–, a única opção seria um mandato de seis anos.
Thatcher disse ainda aos atentos empresários que nunca ouviu falar de desincompatibilização. Foi impiedosa: disse que a regra pela qual um governante precisa deixar seu cargo para disputar uma eleição é "ridícula e boba".
Ao seu lado, estava o governador Fleury, que lutou até o final para diminuir o prazo de desincompatibilização e assim viabilizar sua candidatura presidencial. Na semana passada, porém, o Congresso revisor acabou com seu sonho. Quando ouviu os comentários de Thatcher, Fleury voltou-se para um empresário amigo:
– Que pena! Ela chegou ao Brasil dez dias atrasada!

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