São Paulo, sábado, 19 de março de 1994
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Pesquisa refuta hipótese de que os canhotos morram mais cedo

DA "NEW SCIENTIST"

Cientistas do Reino Unido e dos EUA refutaram a controversa hipótese de que na média os canhotos morrem nove anos antes dos destros. Estudos mostram, porém, que canhotos têm maior chance de sofrer acidentes fatais.
Há três anos, pesquisadores canadenses e norte-americanos relataram que, no sul da Califórnia, destros morrem em média aos 75 anos e canhotos, aos 66. Desde então, vários estudos encontraram resultados similares, inclusive o de John Aggleton, da Universidade de Durham, que analisou registros de jogadores de críquete de 1864 em diante.
Mas, depois de reanalisados pelo estatístico Martin Bland, do Hospital St. George, em Londres, os dados de Aggleton sugerem novos resultados. Bland apontou que haviam sido deixados de lado todos os jogadores de críquete ainda vivos. Se incluídos, a diferença na expectativa de vida média não seria estatisticamente significante. Uma explicação para a diferença na amostragem inicial é que a divisão entre canhotos e destros pode estar distorcida, pois havia pressão social para que canhotos usassem a mão direita.
"Erramos ao olhar apenas para mortes", disse Aggleton. "Há um desvio, porque pessoas com mais de 60 anos aparecem na maioria como destros, mas muitos podem ter nascido canhotos."
Aggleton e Bland submeteram ao "British Medical Journal" a nova análise, que incluiu o estudo de jogadores mortos em guerras. Ela mostra que canhotos tinham chances 86% maiores de morrer, o que sugere um maior risco de acidentes –possível consequência de um mundo projetado para destros.

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