São Paulo, quarta-feira, 23 de março de 1994 |
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Droga obtém cura duradoura para câncer
CLÁUDIO CSILLAG
"É a primeira vez que conseguimos respostas duradouras contra esses tumores", disse à Folha Samuel Hellman, da Universidade de Chicago, que analisou a pesquisa em um editorial da revista. "Esse trabalho também é importante porque prova, pela primeira vez, que a imunoterapia é um tratamento eficaz contra tumores malignos." Imunoterapia –trata-se de uma abordagem recente, que se baseia em estimular o sistema imunológico (de defesa) do próprio paciente contra os tumores. A chave do método usado é uma droga produzida pelo organismo, a interleucina 2 (veja ilustração ao lado). Steven Rosenberg, do Instituto Nacional do Câncer, em Bethesda (nordeste dos EUA), tratou 149 pacientes com câncer renal disseminado e 134 com melanoma (câncer de pele), também disseminado. Os pacientes receberam doses altas de interleucina 2 entre 1985 e 1992. Rosenberg ressalta que, dos 19 pacientes que obtiveram regressão completa dos cânceres, 15 continuam curados. Cerca de metade destes já não precisam receber o tratamento. Para os pacientes com regressão parcial dos tumores, a duração do efeito variou entre 8 meses e 22 meses. Os principais problemas da droga são a baixa taxa de resposta (só 19% do total dos pacientes apresentaram melhoras) e o grau de toxicidade da droga (três pacientes morreram devido aos efeitos colaterais). Resultados preliminares com a interleucina 2 já eram conhecidos, e seu uso foi aprovado pelas autoridades dos EUA em 1992 para pacientes com câncer renal avançado. Texto Anterior: Assessor de Clinton atrasou a previdência Próximo Texto: Super-revólver dá tiro em velocidade recorde Índice |
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