São Paulo, sexta-feira, 25 de março de 1994
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Consumidor reelege a Sabesp como 'inimiga nº 1' em ranking do Procon

DANIEL CASTRO
DA REPORTAGEM LOCAL

Consumidor reelege a Sabesp como 'inimiga n.º 1' em ranking do Procon
Pelo segundo ano consecutivo, a estatal Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) foi eleita a "inimiga nº 1" dos consumidores paulistas. A empresa ocupa o primeiro lugar no ranking de reclamações e consultas feitas em 1993 no Procon, publicado ontem em encarte no "Diário Oficial do Estado".
Em 1992, foram feitas 320 reclamações contra a Sabesp. No ano passado, esse número caiu para 318. A empresa evoluiu: resolveu 250 reclamações em 93, contra apenas quatro em 92.
Entre as dez primeiras colocadas na lista do consumidor, duas empresas são estatais, duas são hospitais que vendem planos de saúde, cinco são consórcios e uma é imobiliária (veja quadro).
Entre as estatais, a Sabesp é menos eficiente que a Telesp, quarta colocada com 171 reclamações (27 a menos que em 92). Ambas as empresas possuem 3,8 milhões de clientes, o que significa que as 1.299 solicitações (reclamações mais consultas) contra a Sabesp representam 0,03% do universo de consumidores. Na Telesp, esse índice é de 0,01%.
A principal queixa contra a Sabesp são contas altas, provocadas por erros de leitura e hidrômetros quebrados. O número de reclamações no Procon é pequeno, já que 7.000 pessoas vão se queixar diretamente na Sabesp todos os meses, só na Grande São Paulo. Na Telesp, a não-entrega de telefones e a cobrança de valores elevados são os principais problemas.
O segundo colocado na "lista" é o Hospital Nove de Julho. É o caso mais grave, na avaliação do Procon. Segundo o órgão, o hospital vendeu planos de saúde vitalícios na década de 60 e, com o envelhecimento dos proprietários, os valores cobrados ficaram deficitários, pois os idosos ficam mais doentes.
A maior parte das denúncias é contra os "aumentos abusivos" nas mensalidades, de mais de 1.000% acima da inflação.
A Procuradoria Geral do Estado pediu à Justiça a instauração de uma ação civil pública contra o hospital. Segunda-feira, a empresa deve apresentar uma proposta de conciliação à Justiça.
Os consórcios dominam a lista dos dez mais reclamados porque, segundo o Procon, não entregam os produtos ou praticam propaganda enganosa. A imobiliária Momentvm, terceiro colocado, é acusada de não cumprir contratos e de vender loteamentos clandestinos.

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