São Paulo, sexta-feira, 25 de março de 1994
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Empresas se defendem

DA REPORTAGEM LOCAL

A Sabesp e a Telesp distribuíram ontem nota oficial comentando a lista do Procon. A Sabesp resalta que o número de queixas representa "apenas" 0,03% do total de usuários.
Diz a nota que 70,9% das solicitações foram atendidas imediatamente e que só 5,2% das reclamações não foram solucionadas. Há um ano, a Sabesp mantém um funcionário no Procon. Sua função é agilizar o atendimento dos consumidores insatisfeitos.
A nota da Telesp afirma ter "estranhado" a classificação da empresa no ranking. A estatal não argumentou sua defesa alegando que até as 19h25 não havia recebido nenhuma informação oficial do Procon. A lista e as razões das reclamações foram publicadas no "Diário Oficial do Estado".
Os consórcios culpam as montadoras de carros pelas reclamações. Na opinião de Ubirajara Melo, 50, diretor-administrativo do Consórcio Camargo Soares, as administradoras de consórcios acabam saindo como vilãs, apesar de os reajustes dos preços dos carros (boa parte das reclamações dos consorciados) serem determinados pelas montadoras. "Não podemos ser penalizados por preços."
Nélson Gilberto Campos Feijó, 35, diretor-executivo do Consórcio Sopoupe, disse que a maioria das reclamações foi relativa a consumidores desistentes que pediam devolução, corrigida, de quantias pagas à administradora. "Isso ocorreu porque tivemos muitos grupos encerrando simultaneamente, houve inchaço na empresa e ainda tivemos a recessão."
Luiz Antonio Garavelo, 61, presidente do Consórcio Garavelo, afirma que, pelo tamanho da admistradora (125 mil participantes), a porcentagem de reclamações é baixa se comparada com outros consórcios. "O sistema de consórcio estava muito tumultuado desde 86. Mas de janeiro para cá, tudo tem mudado. Espero não estar na próxima lista."
Antonio Silveira Germano, 49, gerente da Brastemp, tem justificativa parecida. Diz que a fabricante de eletrodomésticos está na lista porque é líder no setor.
Edevaldo Bento, 39, gerente de relações externas da Interclínicas, nega que a empresa tenha praticado reajustes acima da inflação, conforme informou o Procon. "Ocorre que o beneficiário não interpreta corretamente as regras de reajustes do plano de saúde."
Entre 16h e 18h30 a Folha não conseguiu falar, por telefone, com diretores do Hospital Nove de Julho. A reportagem telefonou para a casa do diretor-clínico, João Ganme, às 18h40. Até as 23h, Ganme não havia retornado a ligação.

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