São Paulo, domingo, 27 de março de 1994
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Alemanha, pálida mãe

Fassbinder não via seu país com os melhores olhos. A Alemanha que aparece em seus filmes é, quase sempre, o lugar das contradições mais brutais. Em "Lola" existe uma cidade, a especulação imobiliária, o poder público corrompido. Existe ainda um empreiteiro que acumula as funções de dono de bordel, um funcionário correto –que tenta pôr ordem no coreto– e uma prostituta, Lola, por quem ele se apaixona. É esse funcionário que servirá de ponte para que Lola passe da prostituição a respeitabilidade. O preço cairá nas costas do país, claro. É verdade que se Fassbinder tivesse carregado um pouco menos nas tintas, deixado espaço para o humor, o filme ganharia. Mas como ficou dá e sobra para manter a atualidade (e nem só para a Alemanha). (IA)

LOLA (Lola). Alemanha, 1980, 110 min. Direção: Rainer W. Fassbinder. Com Barbara Sukowa, Armin Mueller Stahl. Legendado. Na Bandeirantes.

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