São Paulo, terça-feira, 29 de março de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Mudança pode comprometer

Eugênio Staub, diretor-presidente da Gradiente: "Acho lamentável a saída o ministro Fernando Henrique. Ele tem compromisso com o plano de estabilização da economia. Se sair, estará renunciando ao cargo por uma ambição pessoal. Se continuar no Ministério já é difícil dar certo o plano, mas há chances. A derrota do plano será a derrota do ministro, por isso ainda tenho esperanças de que ele continue no cargo."
Mario Bernardini, diretor do Departamento de Economia da Fiesp: "A candidatura FHC traz problemas políticos para o programa de estabilização. Sempre me opus à saída de FHC como candidato à Presidência, pois no momento em que a candidatura for oficializada, combater o plano passa a ser prioridade para os demais candidatos."

Ney Bittencourt, presidente da Agroceres: "Não gostaria que o ministro Fernando Henrique Cardoso saísse. Ao ser candidato, o plano pode virar uma bandeira de campanha e isso é mau para o país. O ministro Rubens Ricupero é melhor opção como substituto. Tem habilidade de negociação, é extremamente sério e disciplinado."

José Carlos Graça Wagner, 63, jurista: "Sou contrário à saída de Fernando Henrique. Um pai não deve deixar um filho órfão. Plano com essas pretensões necessita de cuidado imenso. Rubens Ricupero é um nome respeitável. Tem presença internacional. Mas não acredito que tenha condições de controlar o presidente da República, Ainda não acredito que Itamar tenha 'comprado' o plano."

Paulo Pereira da Silva, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo: "Acho ruim que FHC saia para ser candidato, pois dá a impressão de que fez o plano para concorrer. Estamos cansados de planos para ganhar eleição. E após um mês de plano, só temos o salário em URV. Quanto ao substituto, nenhum conseguirá passará credibilidade com relação ao plano."

Carlos Antonio Luque, presidente da Ordem dos Economistas de São Paulo: "A saída de FHC não é favorável no momento, pois sua figura no comando do plano econômico, às vésperas de mais uma etapa a ser implementada, é muito importante. Quanto a Ricupero, qualquer medida que ele tomar pode parecer que está beneficiando a candidatura de FHC. A execução de qualquer ação vai gerar certa desconfiança."

Lawrence Pih, presidente do Moinho Pacífico: "A saída do ministro Fernando Henrique Cardoso complica o quadro econômico. A parte mais importante do plano é a credibilidade que está baseada no ministro. Rubens Ricupero não tem nem embasamento técnico, nem jogo de cintura político. Isso torna difícil a implementação do plano econômico, já que a sua aprovação depende da negociação com o Legislativo."

Texto Anterior: Continuidade do programa fica garantida
Próximo Texto: Dúvida maior é efeito futuro
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.