São Paulo, terça-feira, 29 de março de 1994
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A volta de Magic

FÁBIO SORMANI

Não foi do jeito que a gente queria, mas Magic Johnson está de volta.
É bem verdade que ele estará nas quadras, mas, ao contrário de antes, não dirigirá o time dentro das quatro linhas, mas sentado no banco de reservas, do lado de fora.
Aparecerá elegantíssimo, paletó e gravata, sapatos de cromo alemão, calças e camisas feitas sob medida, meias ornando sempre com o tom da calça.
A gente queria que Magic voltasse com a camisa 32 dos Lakers, cavada, da cor do calção, meias brancas e o tênis idem.
Mas não tem problema, o que importa é que Magic voltou. Agora, com a nova função de treinador de basquete.
De cara, uma missão dificílima: fazer do seu Los Angeles Lakers um time de basquete, vencedor, intimidador. Quer reviver a época do "showtime", quando ele próprio, mais Kareem Abdul-Jabbar, James Worthy, Byron Scott, Michael Copper e cia. desfilavam magia pelas quadras de todos os EUA e ganharam nada menos do que cinco títulos na década de 80.
"Estou de volta e vou trabalhar 120%. Aliás, é o jeito que eu sei fazer as coisas", disse Magic em sua primeira entrevista como treinador oficial dos Lakers.
"O time não me preocupa, o que me preocupa é o meu desempenho. Estou ansioso para ver como vou me sair dirigindo a equipe, se vou saber, por exemplo, pedir tempo no momento exato", disse Magic, logo após o seu primeiro dia de trabalho.
A idéia de se colocar Magic como técnico dos Lakers foi uma grande jogada psicológica e de marketing de Jerry Buss, o proprietário do time.
Com Magic, os jogadores devem voltar a tomar gosto pelo esporte, o que parecia ter sumido nos últimos tempos, quando o time era dirigido pelo apenas esforçado Randy Pfund.
Com Magic, os torcedores devem voltar ao Forum de Inglewood e ajudar Jack Nicholson a incentivar o time e preencher o vazio das arquibancadas do ginásio. A média de público dos Lakers caiu de 16 mil pessoas para 9.500.
Perguntaram se acredito no sucesso de Magic em sua nova empreitada. Respondo que sim, sem pestanejar.
Afinal, Magic nunca recuou diante do desafio. Prova isso ao mundo sendo um soropositivo de bem com a vida, com o velho sorriso permanentemente nos lábios.
Good luck, Earvin.

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