São Paulo, quarta-feira, 30 de março de 1994
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Líderes descartam proposta de adiar revisão para o próximo ano

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Congresso revisor será encerrado em 31 de maio, sem a votação da maioria das propostas de mudanças da Constituição. A proposta de adiar os trabalhos para 95, defendida pelo PSDB, foi descartada.
"Essa proposta é ilegal", afirmou o senador José Richa (PSDB- PR). "A idéia de continuar as votações no próximo ano nem está sendo mais cogitada", disse o líder do PMDB na Câmara, deputado Tarcísio Delgado (MG).
Ao contrário de Richa, o deputado Sigmaringa Seixas (PSDB-DF) disse que o partido vai continuar "timidamente" defendendo a proposta. "Vamos chegar até 31 de maio, teremos aprovado umas três besteiras e ficaremos desmoralizados", afirmou.
Estratégia
Ontem os líderes dos partidos que defendem a revisão (PMDB, PFL, PSDB e PPR) reuniram-se com o relator, deputado Nelson Jobim (PMDB- RS), para definir uma estratégia para salvar o Congresso revisor.
Os quatro partidos querem garantir pelo menos a votação das propostas de mudança da ordem econômica (artigos 170 a 192), sistema tributário (145 a 162) e seguridade social (194 a 204).
Os líderes vão elaborar uma pauta com os itens que devem ser votados até 31 de maio. Segundo Jobim, o Congresso revisor só vai apreciar os pontos escolhidos pelos partidos.
O relator sabe que não há tempo suficiente para votar todos os seus pareceres e considera "uma boa solução" o acordo prévio entre as lideranças, para garantir, pelo menos, a votação de algumas reformas profundas.
Jobim convenceu os líderes de que seria inconstitucional adiar a revisão. Sigmaringa acha que se o relator concordasse com a proposta, ela seria viável. "Se houvesse acordo de todos, ninguém iria questionar o adiamento no STF (Supremo Tribunal Federal)", observou.

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