São Paulo, quarta-feira, 30 de março de 1994
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Com um pé nas costas

THALES DE MENEZES

EUA, Alemanha, Espanha, Suécia, França, República Tcheca, Holanda e Rússia. Esses países formam o mapa-múndi da elite do tênis. Suas equipes conseguiram no fim-de-semana a classificação para as quartas-de-final do Grupo Mundial da Copa Davis 1994.
Os EUA, que venceram a primeira final da Davis há 94 anos em Boston, são favoritos permanentes ao título. Já conquistaram 30 vezes a Copa, mas não conseguem mantê-la como prioridade.
Campeões de 1992, resolveram menosprezar a equipe australiana na primeira rodada do ano passado e não escalaram sua força máxima. Resultado: eliminação dos EUA e a saída, diplomática, é verdade, do técnico Tom Gorman.
Com a intenção de não correr riscos, os EUA levaram três tenistas "top ten" (Jim Courier, Todd Martin e Michael Chang) para enfrentar uma Índia que não tinha nenhum de seus tenistas entre os 200 primeiros do ranking. Arrasaram por 5 a 0, fácil.
Para a rodada de quartas-de-final, programada para julho, a equipe norte-americana promete Courier, Chang, Pete Sampras e Andre Agassi para enfrentar os holandeses, que têm no muito eficiente mas pouco brilhante Paul Haarhuis seu maior destaque.
Em outras palavras, é certo que os EUA estão levando a Davis a sério este ano. Por isso, devem ganhar com um pé nas costas. Seu único adversário de respeito é o time alemão, mas apenas se Michale Stich e Boris Becker resolverem jogar juntos.
Campeã de 93, a Alemanha sem Becker pegou na primeira rodada a Áustria. O susto foi grande quando Thomas Muster derrotou Stich por inapeláveis 3 sets a 0. Os alemães torceram muito para empurrar o garotão Marc Goellner à vitória contra Horst Skoff no quinto e decisivo jogo do confronto. Sem Becker, enfrentar Sampras e Courier será desumano.
A primeira rodada da Davis também exibiu um herói: a revelação russa Yevgeny Kafelnikov, 20 anos e um jogo agressivo junto à rede. Com três vitórias, em simples e duplas, eliminou os australianos, vice-campeões de 93.
Enquanto isso, o Brasil enfrenta o Peru em julho, pela Zona Americana da Davis. Se vencer, vai disputar a repescagem para tentar vaga no Grupo Mundial em 1995. Valeria a pena, nem que fosse para pegar os EUA na primeira rodada. É derrota na certa, mas o público brasileiro veria de perto Sampras ou Courier.

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