São Paulo, sexta-feira, 1 de abril de 1994 |
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Receita investiga recibos falsos de dentistas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA Receita investiga recibos falsos de dentistasA Receita Federal intensificou a fiscalização sobre os profissionais liberais – principalmente os dentistas – que emitem recibos falsos. Entre os casos mais graves identificados até agora pela Receita Federal está o de um dentista de São Paulo. Ele é acusado pela Receita Federal de ter emitido recibos falsos no valor de US$ 1,1 milhão durante o ano passado. Segundo o secretário da Receita, Osíris Lopes Filho, já foram tomados os primeiros depoimentos e iniciado o levantamento das pessoas envolvidas. O secretário da Receita não quis revelar detalhes da investigação, alegando que isso poderia prejudicar o andamento dos trabalhos. O nome do dentista também não foi revelado, sob alegação de sigilo fiscal. Ele ainda está na fase de acusação e investigação, não tendo nada ainda sido provado pela Receita e Justiça contra ele. Por isso o sigilo. Outro caso investigado pela Receita é o de um dentista do Rio Grande do Sul, acusado de emitir recibos falsos no valor de aproximadamente US$ 600 mil. A coordenação de Fiscalização da Receita Federal já identificou 130 casos de falsos clientes que utilizaram os recibos desse dentista em suas declarações de 1993, referentes ao ano-base 1992. Alto valor Lançando estas despesas na declaração do Imposto de Renda, o tributo a pagar ficou reduzido. Segundo Lopes Filho, o que mais chamou a atenção da Receita foi o elevado valor individual de recibos, na ordem de US$ 4,6 mil em média por pessoa. Ele disse que esse dentista já prestou depoimento confessando as irregularidades e a emissão de recibos falsos. Toda a documentação foi apreendida e nos próximos dias a Receita deverá emitir os autos de infração e entrar com ação penal contra o profissional e todos os seus falsos clientes. Suspeitas Contribuinte que tem declaração de renda capturada pela malha fina da Receita e levanta suspeitas, mais tarde confirmadas, paga caro por isso. O contribuinte que se beneficiar, por exemplo, de recibo falso de despesas médicas ou odontológicas, para reduzir o imposto devido ao fisco está sujeito ao pagamento do imposto atualizado monetariamente. Além disso, paga juros de 1% ao mês ou multa de 300% sobre o valor devido, além de estar sujeito a pena de reclusão de dois a cinco anos e multa. Texto Anterior: Procuradoria recebe esta semana mais 36 processos contra empresas Próximo Texto: Equipe agora propõe o real em 1º de junho Índice |
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