São Paulo, sexta-feira, 1 de abril de 1994
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Gustavo Franco será gestor da nova moeda

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O novo ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, admitiu ontem que o diretor de assuntos internacionais do Banco Central, Gustavo Franco, poderá ser o gestor da política monetária após a implantação do real.
"Tudo é possível", disse o ministro, ao ser indagado sobre a ida de Franco para uma nova diretoria a ser criada no BC. Seria uma diretoria autônoma, com mandato fixo e titular aprovado pelo Senado.
A proposta da nova diretoria foi apresentada a Ricupero pelo presidente do BC, Pedro Malan. "Mas ainda não chegamos a uma definição sobre isso", afirmou o ministro.
Ricupero também não descartou a ida do diplomata Sérgio Amaral para o atual lugar de Gustavo Franco no BC, mas declarou que prefere tê-lo em uma função no seu gabinete.
O objetivo de uma diretoria autônoma seria dar credibilidade à nova moeda, cuja administração ficaria menos sujeita a ingerências políticas.
Na entrevista de ontem, Ricupero disse que as condições para a adoção do real "estão sendo criadas aos poucos". Uma das condições seria a "desaceleração da marcha ascensional dos preços".
"Não me refiro ainda à queda da inflação, porque acho que isso terá que vir com o tempo. Mas acho inevitável que ela caia, uma vez que se suprimam todas as causas", afirmou.
O ministro informou ainda que vai procurar o relator da revisão constitucional, deputado Nelson Jobim (PMDB-RS), para avaliar o andamento dos trabalhos. "Imagino que se possa dar uma acelerada nesse processo", disse.
Segundo ele, as três prioridades legislativas do governo são a revisão, a aprovação da medida provisória da URV e a votação de um Orçamento "rigorosamente equilibrado".

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