São Paulo, sexta-feira, 1 de abril de 1994
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PFL propõe que o PSDB indique o vice

GILBERTO DIMENSTEIN; TALES FARIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PFL e o PSDB fecharam um "acordo de procedimento" para a escolha do vice na chapa dos dois partidos para a sucessão presidencial.
Caso confirmada a aliança, o vice será do PFL, mas o nome será escolhido pelo PSDB.
O acordo foi fechado entre o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, e o governador da Bahia, Antônio Carlos Magalhães, pelo PFL, e o presidente do PSDB, Tasso Jereissati, e o cabeça da chapa, Fernando Henrique Cardoso, pelo PSDB.
Até ontem, porém, o PSDB ainda avaliava as vantagens de entregar ao PFL a vaga de vice na aliança. Segundo ACM, os dois partidos acertaram para até o dia 11 de abril a definição da chapa.
"Achamos que o vice tem que ser do PFL para a caracterizar bem a chapa, mas o nome deve ser alguém da confiança do Tasso e do Fernando, especialmente deste último, que é o candidato", disse ACM à Folha.
Um dos nomes cotados para vice é seu filho, o deputado Luís Eduardo Magalhães. No PSDB, calcula-se que ACM tem densidade eleitoral –é o nome mais popular do PFL– e vai transferir os votos para seu filho.
Mas se avalia que a escolha de um nome tão próximo a ele aumenta as resistências dentro do PSDB à aliança, especialmente entre os tucanos da Bahia.
Daí o crescimento na cotação de nomes como os deputados Gustavo Krause (PE) e Roberto Magalhães (PE), o governador de Santa Catarina, Vilson Kleinubing, e o líder do PFL no Senado, Marco Maciel.
Uma pesquisa impressionou muito os dirigentes do PSDB: caso Hélio Garcia, governador de Minas, entrasse como vice na chapa, Fernando Henrique Cardoso pularia para 19%.
Mas o próprio Hélio Garcia lamenta que cometeu um erro político ao ir para o PTB, hoje comandado pelo senador e banqueiro José Eduardo Andrade Vieira (PR).
Anteontem, na tentativa de forçar a escolha de Garcia como vice na chapa de FHC, Itamar convocou Andrade Vieira ao Palácio do Planalto.
O senador disse a Itamar, a Garcia e à cúpula do PSDB que só tomaria uma decisão nesse sentido em maio, caso ficasse convencido de que o plano econômico dará certo, baixando a inflação.
No mapeamento das alianças, Tasso Jereissati avalia que, pelo menos nesse momento, não há "clima" para uma maior aproximação com o PPR.
Mas ACM ainda tem esperanças da união entre PSDB, PFL, PPR e PP. "A saída de Maluf abre bem o leque de possibilidades", disse o governador baiano.
Mas ao desistir de sua candidatura, Paulo Maluf mostrou-se amargurado e mandou dizer a dirigentes do PSDB que seu projeto eleitoral fracassou devido à candidatura Fernando Henrique Cardoso, que ganhou apoio do empresariado. Chegou a desabafar que "faria tudo" para derrotar o PSDB.

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