São Paulo, sexta-feira, 1 de abril de 1994
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Infartada fica 3 horas em maca de hospital

DA REPORTAGEM LOCAL

A aposentada Elizabeth Kelar, 73, esperou três horas no pronto-socorro do hospital municipal do Mandaqui para ser transferida para o hospital do Servidor Público Estadual, que tinha melhores condições para atendê-la. Após sofrer um infarto, ela tinha chegado ao PS Mandaqui às 15h30 da última segunda-feira. As 18h30, ela ainda estava na porta do PS à espera da transferência, que aconteceu em seguida.
Quase inconsciente, Elizabeth estava deitada numa maca sem colchão, apenas sobre um cobertor vermelho.
No mesmo plantão (segunda-feira das 7h às 21h), o médico Jorge Afiune, 36, examinou o paciente J.S, 47. O diagnóstico preliminar foi de tumor no pulmão. Silva precisava ser internado para tratamento e –mais importante– ter a garantia de uma sobrevida. Numa cadeira de rodas no PS desde as 10h, Silva voltou para casa às 18h30. Afiune tentou, mas não conseguiu a vaga. Sem se internar, Silva vai precisar consultar um pneumologista. Na rede pública, não vai conseguir consulta antes de 45 dias. "Sem tratamento, daqui a dois meses não dá pra dizer se ele vai estar vivo", disse Afiune.
O diretor do PS, Orlando Olídio da Silva, 40, reclama da falta de infra-estrutura. Ele afirma que deveria ter em estoque 18 mil luvas para uso médico. Tem mil. "Eu, desesperadamente, ligo, ligo e sempre consigo as luvas na última hora", disse. Os telefonemas são para o Escritório Regional de Saúde (Ersa-7).

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