São Paulo, sexta-feira, 1 de abril de 1994
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ARTISTA ESTUDOU EM NOVA YORK E BERLIM

ALBENÍSIO FONSECA

Apontado como um dos mais importantes escultores brasileiros, Mário Cravo Jr. ganhou o prêmio de aquisição jovem da 1ª Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo, em 1955, e representou o Brasil na 30ª Bienal de Veneza, em 1960. Suas peças de médio e grande porte transitam pelo Construtivismo russo, dialogam com todas as vertentes contemporâneas e espelham relações profundas com a religiosidade do barroco brasileiro.
Foi aluno especial do escultor iugoslavo Ivan Mestrovic, então lecionando escultura na Universidade de Siracuse (Nova York), em 1947. Em seguida, instalou ateliê no Greenwich Village (bairro) e passou a tomar parte na vida artística da cidade.
Verdadeiro "rei da sucata", trabalha com ferro, madeira, fibra de vidro, poliestireno de alto impacto, engrenagens etc. Suas peças móveis (que se complementam com ação do vento), e mesmo as estáticas, despertam nossa inteligência e sensibilidade.
As influências mais marcantes de Mário Cravo Júnior, segundo ele próprio, foram o período em que trabalhou com o santeiro Pedro Ferreira, a contemplação dos apóstolos de Aleijadinho, a simetria dos entalhes realizados no século 17 pelo escravo Cabra, e o "expressionismo barroco" das imagens feitas pelo frei Agostinho da Piedade –de cuja arte se diz, até hoje, um devoto.
No início dos anos 60, foi convidado para participar do programa "resident artists" (artistas residentes) pela Fundação Ford e pelo senado alemão. Levou a Berlim (então Ocidental) duas toneladas de esculturas. Foi passar oito meses e ficou quase dois anos. Durante o mesmo número de anos, permaneceu em seguida nos EUA, percorrendo a convite 70 instituições (universidades e museus).
De volta ao Brasil, depois do movimento militar de 1964, assumiu a direção do Museu de Arte Moderna da Bahia. Sua última exposição ao ar livre aconteceu em 1980 na área do Farol da Barra, em Salvador.(AF)

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