São Paulo, sexta-feira, 1 de abril de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Sushi e massas se atraem no Kuru Kuru

JOSIMAR MELO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Sushis e massas se atraem no Kuru Kuru
A nova casa na vila Madalena ousa na combinação de pratos japoneses e italianos, mas ainda falha na cozinha
Quem, na Sexta-feira Santa, quiser fugir das carnes, pode encontrar duas opções em uma casa apenas: o Kuru Kuru, um restaurante que serve tanto sushis quanto massas. Aberta na Vila Madalena no início de fevereiro, a casa tirou seu nome ("gira-gira") do sistema japonês de sushi fast-food, onde um balcão giratório é seguidamente abastecido de sushis, que os fregueses, sentados em volta, pegam à sua escolha. Um sushiman esperto fica ali no meio, anotando o que cada cliente pega e ao mesmo tempo mantendo o balcão cheio de sushis.
O Kuru Kuru à brasileira ainda não é assim. O balcão redondo gira, mas por ora as pessoas pedem ao sushiman o que querem (o que torna inúteis as voltas do balcão). A outra novidade é que o restaurante casa as cozinhas japonesa e italiana, no estilo sushi/pasta.
Os proprietários são a modelo paulistana Paula Prandini, 23, seu marido Maurizio Longobardi, videomaker romano de 32 anos, e o jornalista Hélio Goldstein, 39. Paula trabalhou no Japão, de onde trouxe o interesse pelos sushis, enquanto Maurizio trouxe de casa o conhecimento das massas, servidas tanto no balcão quanto nas mesas do Kuru Kuru. Embora os três sócios continuem cada um em sua atividade, todos podem ser encontrados diariamente no restaurante, um bom sinal.
Nos sushis, preparados pelo sushiman Vanildo Incensão, 20, o arroz poderia ganhar mais uma ponta de acidez e a sutil camada de raiz-forte sob o peixe poderia ser um pouco menos sutil. A oferta é ampla e inclui os sashimis (as lâminas de peixe cru), os enrolados de alga (tokomaki, kapamaki) e os tempuras (empanados). Há mesmo um tempura de sorvete, embora semana passada, quando pedido, a massa fofa e espessa cobrisse apenas os restos mortais do sorvete, já totalmente derretido.
Na parte italiana não há carnes. As massas em si, tanto as frescas quanto as secas, são de boa qualidade. Vêm acompanhadas de diferentes molhos –de variados frutos do mar (com taglierini), de cogumelos (com uma massa de nozes), de salmão (com farfalle), de fundo de alcachofra (com orecchiette).
O cozimento da massa ainda é um problema: uma massa seca, como farfalle, pode chegar à mesa ultracozida, enquanto massas frescas, que na verdade (apesar do que se diga em contrário) não precisaria ser tão al dente, podem vir quase cruas –como uma massa de nozes experimentada. A trilha sonora favorece o lado italiano, mas no final da refeição ganham os japoneses, pois impera o chá: não servir café expresso é um pecado, como diriam os italianos.

KURU KURU
Cotação: Regular
Endereço: R. Inácio Pereira da Rocha, 142, tel. 816-1226, vila Madalena
Horário: Segunda a sábado, 12h/14h30 e 19h/1h30
Cozinha: Pratos japoneses (sushis, sashimis, tempuras) e italianos (massas)
Serviço: Correto
Ambiente: Uma casa bem reformada, com um balcão giratório no meio do salão e mais uma área nos fundos
Cartões de crédito: Nenhum
Preços: saladas, de CR$ 2.000 a CR$ 3.300; sushis e sashimis, de CR$ 1.200 (um par) a CR$ 23.000; tempuras, de CR$ 4.000 a CR$ 12.000; massas, de CR$ 2.900 a CR$ 5.000; sobremesas, CR$ 1.800; almoço executivo japonês, CR$ 3.100

Texto Anterior: Especial
Próximo Texto: Vitelo; Scotch
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.