São Paulo, domingo, 3 de abril de 1994
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Mãe diz que é hiperconsumista

DA REPORTAGEM LOCAL

Bruno Boghos Trevisan, 8, é aluno do Colégio Ofélia Fonseca e gosta de heavy metal e do rapper Gabriel, o Pensador. Ele e seu irmão Vitor, 4, têm cada um seu próprio quarto e aparelhos eletrônicos. "Sou hiperconsumista", diz a mãe, Myrna Kouyomdjian.
"Tênis, só importado. Quer dizer, para ir para escola eles vão com nacional. O Bruno tem mais de dez moletons, mas como são de outra estação, ele diz que não tem nenhum que dê para usar", conta Myrna.
Além de roupas, Vitor e Bruno adoram lojas de quinquilharias coreanas e bancas de revista. "Eles saem muito comigo, nos shoppings. E não podem parar em uma loja que querem canetas, chicletes importados, revistas ('Quatro Rodas' e todas sobre dinossauros) e bonequinhos do tipo Comandos em Ação", conta.
Myrna acha que a mídia é que provoca os desejos de consumo das crianças. "Vejo pelo que eles me pedem. Se sai alguma comidinha nova na TV eles logo pedem."
Os hábitos de consumo de crianças como Vitor e Bruno parecem saídos de um estudo da agência de publicidade Young & Rubicam, feito no ano passado.
O trabalho, realizado por piscólogas e pedagogas, diferenciava comportamentos e valores predominantes em quatro faixas de idade infanto-juvenil.
Segundo o estudo, por volta dos sete anos há predisposição ao consumo de coleções de miniaturas (Comandos em Ação). Dos dois ao sete, embalagens coloridas são mais adequadas para chamar a atenção desse público (quinquilharias coloridas).

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