São Paulo, segunda-feira, 4 de abril de 1994
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Aparelho é só indicado para 10% dos casos

JAIRO BOUER
ESPECIAL PARA A FOLHA

A bomba de infusão não é indicada para todos os diabéticos. Existem duas formas da doença. Só no diabetes tipo 1, ou dependente de insulina (responsável por 10% dos casos), o aparelho vai ter utilidade comprovada.
O tipo 1 aparece antes dos 30 anos de idade. Parece existir uma predisposição genética que, combinada com um fator desencadeante (geralmente uma infecção viral), leva o organismo a produzir anticorpos contra o próprio pâncreas.
Esse órgão perde sua função em menos de um ano e ocorre uma falência na produção de insulina. Essas são as pessoas que têm necessidade absoluta de usar injeções diárias de insulina ou bomba de infusão.
O tipo 2 aparece depois dos 30 anos, atinge cerca de 90% dos diabéticos e o paciente não precisa de insulina externa para viver. Há um componente hereditário nítido. O controle é adquirido com dieta, exercício físico e uso de medicamentos que baixam a glicose no sangue (hipoglicemiantes orais).
O pâncreas desses diabéticos não deixa de produzir insulina, mas o organismo fica mais resistente à ação do hormônio. Obesidade, níveis elevados de colesterol e triglicérides (gorduras) e vida sedentária dificultam o trabalho da insulina nesses pacientes.
A maioria dos diabéticos tipo 2 não tem sintomas específicos e passa vários anos com níveis elevados de açúcar. Muitas vezes, só percebem que têm diabetes quando surgem as complicações. Visitas regulares ao médico e dosagens periódicas da glicose (principalmente em familiares de diabéticos) diagnosticam o problema precocemente e possibilitam um controle mais eficaz.
Taxas elevadas de açúcar causam lesões a longo prazo nos vasos e nervos de todos os órgãos. O diabético que não se cuida pode ter perda da função dos rins e degeneração progressiva da retina (no fundo dos olhos) –o diabetes é hoje a principal causa de cegueira nos Estados Unidos. (JB)

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