São Paulo, segunda-feira, 4 de abril de 1994
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Justiça decide amanhã futuro do Eldorado

FÁTIMA FERNANDES
EDUARDO BELO

FÁTIMA FERNANDES; EDUARDO BELO
DA REPORTAGEM LOCAL

O destino do grupo Eldorado está nas mãos de sete desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Amanhã eles decidem se a ala feminina da família Veríssimo, dona do Eldorado, volta ou não a ter acesso à administração e às contas das empresas.
Desde o início de fevereiro, por decisão do desembargador Ney de Melo Almada, 3º vice-presidente do Tribunal, o grupo está sendo administrado só pela ala masculina da família, os sobrinhos do fundador João Alves Veríssimo. São eles: João Alves Veríssimo Sobrinho e e seus filhos João Carlos, José Roberto e Sérgio.
Para ter acesso exclusivo às operações da empresa, eles alegaram à Justiça que os negócios ficariam prejudicados com a participação das mulheres –Maria Lúcia, Maria Helena e Maria da Conceição, filhas do fundador. As duas alas discutem na Justiça a divisão do grupo.
As divergências começaram em 1965, quando o fundador se casou, aos 60 anos. Até então os sobrinhos eram os únicos herdeiros de Veríssimo. Passaram a dividir essa condição com a mulher, Domitila, e as filhas.
Com a morte do fundador, em 1988, a disputa se acirrou. Os sobrinhos defendiam uma parcela maior do capital (58%, quando a divisão original previa 50%).
Em 2 de julho de 1993, as filhas, representadas pela holding Taveri, e os sobrinhos, pela Verpar, firmaram um acordo de cisão.
O acerto previa ressalvas. A ala feminina queria uma auditoria completa das empresas, mesmo depois de fechado o acordo.
Como não foi feita auditoria prévia, o acordo foi firmado em torno de protocolos de intenções. Os cálculos da divisão se basearam na análise dos balanços.
Na divisão dos US$ 127 milhões de patrimônio estimado, a Taveri ficaria com a rede de atacado J. Alves Veríssimo, a refinadora de óleo Crovel e vários imóveis (sendo duas fazendas).
À Verpar caberiam os oito hipermercados Eldorado, uma fazenda, a fábrica de conservas Vega e o Moinho Paulista. O shopping Eldorado, em São Paulo, permaneceria sob controle das duas holdings.
Os sobrinhos movem ação na Justiça desde 7 de janeiro para fazer valer o acordo de julho. Agora as irmãs discordam da avaliação patrimonial. Elas têm prazo até o final da semana que vem para contestar a ação na Justiça.

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