São Paulo, segunda-feira, 4 de abril de 1994
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Talento e apoio familiar são importantes

DA "FT"

O que é preciso para ser um surfista profissional "quando crescer"? "Antes de mais nada ter talento", diz Luiz Henrique Sabóia Campos, o Pinga, técnico da equipe Quiksilver brasileira.
Mas não é só levar jeito para a coisa que faz alguém conquistar o mundo do surfe e conseguir seu sustento com o esporte. Dedicação, apoio familiar e estudo são fundamentais para quem sonha em seguir carreira nas ondas e ganhar até US$ 4 milhões em um só ano, como o campeão mundial de 92, Kelly Slater.
"Quando escolho um garoto para fazer parte de minha equipe não vejo só se ele tem talento dentro da água. Hoje, faço questão que ele tenha todo o apoio da família, apresente boas notas na escola, pois, com o nível que o surfe vem atingindo, um bom grau de educação é fundamental", diz Pinga.
Para o técnico, as principais dificuldades que um garoto enfrenta para ser um surfista profissional é a concorrência ferrenha, já que existem muitos talentos no Brasil, e conciliar o surfe com os estudos. Mas as vantagens, segundo Pinga, são muitas: "salário bem acima da média para o Brasil, viajar o mundo inteiro, aprender outras linguas e a chance de conseguir independência financeira em dez anos".
Um caminho para começar no esporte são as escolas de surfe (veja arte). Nelas, além de ter o primeiro contato com as ondas, se pode ter uma proximidade com o espírito que cerca o surfe. Mas todas exigem boas notas nos boletins das escolas regulares.
Leonardo Oliveira, 13, do Guarujá (87 km a sudeste de São Paulo), é um bom exemplo: ele tem bons desempenhos dentro da água e na escola. Está na sétima série, nunca repetiu de ano, e já vem conquistando os principais títulos na categoria Mirim.

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