São Paulo, quinta-feira, 7 de abril de 1994
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Conversão de tarifas começa com telefone

IVANIR JOSÉ BORTOT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As tarifas telefônicas serão as primeiras a serem convertidas em URV (Unidade Real de Valor). Os preços das ligações telefônicas serão alterados em cruzeiros uma vez por semana na conta dos consumidores.
As empresas de telecomunicações vão transformar os valores das ligações semanais de cruzeiros para URV. O consumidor receberá em sua casa a conta telefônica de quatro semanas, como é hoje, mas com o valor global em URV.
O assessor especial de preços do Ministério da Fazenda, José Milton Dallari, disse que o processo de conversão de todas as tarifas públicas não resultará em um aumento real para os consumidores.
"Iniciamos hoje a discussão dos critérios de conversão com as empresas estatais", disse Dallari à Folha. A conversão das tarifas deverá ser feita por um sistema de média para impedir aumento real dos preços.
"Cada empresa poderá ter uma regra específica de conversão de seus preços", disse Dallari. O processo de conversão dos preços dos combustíveis, energia elétrica, tarifas de água, correios e telégrafos foi discutido ontem por Dallari com as empresas estatais.
Combustíveis
Os combustíveis terão de continuar com seus preços fixados na bomba em cruzeiros reais. A idéia é fazer a conversão para a URV em todas as etapas de comercialização anterior. Apenas o preço final ao consumidor poderia ser alterado em cruzeiros a cada 15 dias.
Os preços dos contratos de serviços dos correios, da mesma forma, deverão ser convertidos em URV. A idéia é deixar só o preço do selo em cruzeiros. O valor deverá permanecer o mesmo por um período semanal ou quinzenal.
A conversão dos preços de energia elétrica e da água é considerada mais fácil. A Fazenda está discutindo com o Dnaee (Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica) a conversão de energia e água por uma média de quatro meses.
As contas de água e de energia elétrica poderiam ser calculadas em URV. A única preocupação da Fazenda é evitar que haja um aumento real para os consumidores. (Ivanir José Bortot)

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