São Paulo, quinta-feira, 7 de abril de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Inflação acelera; Fipe fecha em 41,94%

DA REDAÇÃO

O custo de vida confirmou a expectativa de aceleração em março. No mês de implantação da segunda fase do plano econômico, os preços voltaram a subir mais forte no Rio e em São Paulo.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe, medido em São Paulo, subiu 41,94%. A taxa mostra forte aceleração sobre os 38,19% de aumento em fevereiro.
A tendência de alta nos preços foi generalizada, à exceção de vestuário e saúde, afirmou Juarez Rizzieri, coordenador do IPC da Fipe.
Essa tendência pode mudar quando for divulgada a variação de preços em URV, disse o economista. Como a prática comum é aumentar por conta da inflação passada, ele acredita que a taxa em URV vá diminuir expectativas.
As maiores altas na Fipe ficaram para os alimentos, que foram reajustados em 47,11%. A pressão dos alimentos, no entanto, está diminuindo. A taxa média de evolução da última quadrissemana de março foi inferior aos 48,11% da terceira.
A comparação quadrissemanal envolve os preços médios dos últimos 30 dias sobre os 30 imediatamente anteriores.
Os alimentos vão colaborar para segurar a taxa de inflação de abril, com reajustes abaixo da inflação. A taxa da Fipe este mês deve ficar entre 43% e 43,5%, disse Rizzieri.
Os preços públicos estão correndo abaixo da taxa de inflação. Em março, as tarifas residenciais foram reajustadas em 40,48%, segundo a Fipe. O mesmo ocorre com transportes (41,04%) e despesas pessoais (39,31%). A menor taxa de variação no período ficou para vestuário (27,91%). Saúde (42,11%) e educação (47,08%) tiveram aumentos acima da média.
IBGE e FGV
O IPC amplo do IBGE, para famílias com renda até 40 salários mínimos, foi de 42,70% em março contra 40,27% em fevereiro. O resultado é média ponderada dos 42,55% do Rio e 42,75% de São Paulo. Habitação liderou a taxa com 45,66%. Os alimentos subiram 44,39%.
O IPC restrito (até oito salários) foi de 42,80% (40,16% em fevereiro). Em São Paulo a taxa ficou em 42,49%; no Rio, 43,54%.
Já o IPC da Fundação Getúlio Vargas (FGV), medido só no Rio, apurou variação de 41,29% em março, com queda de 0,27 ponto percentual em relação a fevereiro. A maior alta foi dos alimentos, com 46,35%. A menor, da habitação, com 33,25%.

Texto Anterior: Saatchi se associa com grupo de brasileiros
Próximo Texto: Roupa de inverno fica 40% mais cara
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.