São Paulo, quinta-feira, 7 de abril de 1994
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Crise começou no final de 93

DANIEL PIZA
DA REPORTAGEM LOCAL

A crise do Masp se evidenciou com o pedido de demissão do conservador-chefe Fábio Magalhães no último dia 23. Magalhães saiu porque o diretor-presidente, Hélio Dias de Moura, o estaria colocando de lado na condução da vida do museu.
Mas a crise, segundo apurou a Folha junto a conselheiros do Masp, começou no final do ano passado, quando se decidiu o afastamento de Edmundo Monteiro da presidência do museu.
A saída de Monteiro teria sido o resultado de uma luta de facções dentro do Conselho, entre a liderada por ele e a liderada por Roberto de Abreu Sodré –que agora deve ser confirmado como o novo diretor-presidente do Masp.
Moura, que assumiu no começo do ano, era vice-presidente na gestão de Monteiro. Mas, ainda assim, o afastamento de Monteiro acabou por enfraquecer Magalhães, que foi posto no Masp por Pietro Maria Bardi, hoje presidente de honra, com quem Monteiro comandava o museu. Bardi está enfermo, sem condições de interferir na crise atual.
Magalhães decidiu pedir demissão porque o Masp estaria sendo "burocratizado" por Moura, a quem chamou de "síndico de edifício".
Grupo de mais de 300 artistas, intelectuais e políticos, entre os quais o ex-ministro Fernando Henrique Cardoso, logo se mobilizou e fez um manifesto em defesa de Magalhães.
Na última segunda-feira, com as pressões pela saída de Magalhães, Moura e o restante da diretoria renunciaram.
Perceberam que iriam perder na votação da assembléia marcada para aquele dia para tratar do assunto. À imprensa, disseram que o museu está desorganizado administrativa e financeiramente. (DP)

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