São Paulo, sexta-feira, 8 de abril de 1994
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Tarifas serão convertidas à URV pelo pico

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério da Fazenda vai converter as tarifas públicas em URVs (Unidade Real de Valor) alinhadas, sem repor eventuais defasagens de preços.
Na prática, isso significa que a conversão será pelo pico -o último valor cobrado em cruzeiros reais- e não pela média, como foi a regra adotada para os salários.
A Secretaria de Política Econômica aceita a conversão das tarifas alinhadas, mas já avisou aos dirigentes das empresas estatais, especialmente a Petrobrás, que rejeitará qualquer pleito de recomposição na passagem para a URV.
Nesta semana, o secretário de Política Econômica, Winston Fritsch, e o assessor especial da Fazenda, José Milton Dallari, começaram a negociar com o DNC (Departamento Nacional de Combustíveis) a conversão dos derivados de petróleo.
A Petrobrás tem uma lista de cerca de 100 produtos, que vão da nafta, querosene de aviação à gasolina. Em abril, já está descartada a conversão em URV dos combustíveis.
No próximo mês, a Fazenda avalia que poderá iniciar a venda aos distribuidores em URV. O reajuste somente seria passado quinzenalmente ao consumidor.
No caso dos combustíveis de aviação, a conversão para URV deverá ser mais rápida. As passagens aéreas também serão convertidas brevemente em URV, o que facilitaria o processo de passagem do combustível de aviação para o novo indexador.
Um dos pontos polêmicos da conversão com a Petrobrás é a inclusão de custos financeiros. As distribuidoras de combustíveis querem a conversão pela URV na data de liquidação da fatura com a estatal.
Mas a Petrobrás resiste, alegando que isso implicaria perdas para a empresa.
Pela programação da Fazenda, as tarifas telefônicas serão os primeiros preços públicos a serem expressos em URV.
As empresas de telecomunicações deverão transformar semanalmente os valores das ligações de cruzeiros para URV. O consumidor receberá em sua casa a conta telefônica de quatro semanas, como atualmente, mas com o valor global em URV.

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