São Paulo, sábado, 9 de abril de 1994
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Dando as cartas

Em 1984, quando formou-se a Aliança Democrática entre PMDB e PFL, para eleger Tancredo Neves no Colégio Eleitoral, ocorreu o mesmo constrangimento que se dá agora, quando partidos antagônicos como PSDB e PFL buscam uma aliança. Uma comissão mista, como hoje, ficou encarregada de fazer um programa comum.
A comissão de 84 ganhou o nome pomposo de Comissão para o Programa de Ação do Governo, ou Copag, coordenada pelo economista e futuro deputado José Serra. As divergências fizeram daquilo um ringue de luta ideológica. Ex-secretário de Tancredo, Ronaldo Costa Couto advertiu-o:
– Dr. Tancredo, o senhor precisa tomar uma providência em relação à Copag. O trabalho não anda, todo mundo briga. Está tudo embaralhado.
Tancredo reagiu como se fosse a coisa mais natural do mundo:
– Ronaldo! Você já reparou que Copag é marca de baralho? Então, não há razão para surpresa.
A função da Copag acabou sendo mesmo embaralhar a imprensa com teóricas propostas de governo. As cartas do programa nunca foram colocadas na mesa.

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