São Paulo, sábado, 9 de abril de 1994 |
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Governo vai reduzir tarifas de importação
DA REPORTAGEM LOCAL O ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, anunciou ontem em São Paulo os próximos passos da segunda fase do Plano FHC.Segundo Ricupero, o governo vai divulgar na próxima semana uma segunda listagem de setores onde haverá redução de tarifas de importação. O ministro preferiu não revelar quais são os setores, mas o assessor especial para preços da Fazenda, Milton Dallari, adiantou tratar-se dos setores de matérias-primas e de ferro para construção. Rubens Ricupero abriu ontem em São Paulo o fórum "O que esperar do Plano de Estabilização". Falando a empresários e representantes do sistema financeiro, o ministro voltou a cobrar responsabilidade social de todos. "Estamos em um momento crítico do nosso destino e a situação não é para brincadeira", afirmou. O ministro da Fazenda disse que não há uma data fechada para a mudança do cruzeiro real para o real, mas assegurou que o anúncio da mudança será feito com 35 dias de antecedência para que os contratos possam se adequar voluntariamente. "Não haverá atos compulsórios e o real virá quando a economia estiver preparada", disse. Por isso, afirmou Ricupero, não há motivos para remarcações preventivas ou especulativas de preços. Entre os próximos passos a serem tomados nesta fase do Plano FHC, Rubens Ricupero afirmou que a partir da próxima semana as tarifas postais já começarão a ser indexadas à URV (Unidade Real de Valor). "Os critérios para definição das tarifas em URV serão definidos prioritariamente. As tarifas postais são as primeiras", afirmou. Ricupero anunciou que, também a partir da próxima semana, as operações ativas do sistema financeiro começarão a ser feitas em URV, com exceção do crédito agrícola, do sistema da habitação e de saneamento básico. Operações ativas são aquelas em que o dinheiro sai do banco, como os empréstimos, por exemplo. A assessoria do ministro da Fazenda também divulgou ontem uma carta aberta de Ricupero endereçada ao sociólogo Herbert de Souza, o Betinho. Na carta, Ricupero diz que estará "engajado na campanha pelo emprego". Ricupero apontou o desemprego, a desigualdade e a marginalizacao como as principais causas da exclusão dos pobres da sociedade brasileira atual. O ministro relacionou também o protecionismo e a xenofobia como agentes da exclusão dos pobres no contexto internacional. LEIA MAIS Sobre sistema financeiro na pág. 2-3. Texto Anterior: PF pede ajuda à Interpol Próximo Texto: Real terá reservas como lastro Índice |
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