São Paulo, sábado, 9 de abril de 1994 |
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Prótese devolve agilidade à perna Atleta amputado faz 100 m em 11,6 s JAIRO BOUER
O norte-americano Dennis Oehler, 35, ex-jogador de futebol e atual velocista, vem ao país para promover uma nova prótese feita nos EUA. Oehler tem a perna direita amputada (devido a um acidente) um palmo abaixo do joelho. Detalhe: ele corre a prova dos cem metros rasos em 11,6 segundos (o recorde mundial pertence ao corredor Carl Lewis com 9,86 segundos). Marco Antônio Souza Pinto, 45, ortopedista, protético e ex-chefe do grupo de prótese do Hospital das Clínicas da USP, explica que uma inovação na técnica cirúrgica combinada com os avanços da bioengenharia está iniciando uma revolução capaz de beneficiar todas as pessoas que têm necessidade de uma amputação. O cirurgião constrói uma ponte entre a tíbia e a fíbula, dois ossos da perna (veja quadro ao lado). A porção final da tíbia (5 cm acima do nível da amputação) é "descascada" e o periósteo (o revestimento do osso) é utilizado como um tubo flexível na ligação com a fíbula. Com o tempo, células osteogênicas (que têm o poder de produzir tecido ósseo) "recheiam" esse tubo que vai adquirindo maior rigidez. Os músculos, vasos e nervos sofrem menor impacto do que na técnica convencional. As novas próteses são feitas de um tipo especial de carbono, um material elástico que retorna totalmente à forma original após o esforço realizado durante as atividades físicas. A prótese aproveita o peso do corpo nos movimentos, poupa energia, e torna a marcha muito mais dinâmica. O custo é de US$ 2.000 a US$ 10.000 de acordo com as necessidades do paciente. Na próxima semana, o cirurgião J. Ertl, que desenvolveu a técnica da ponte interóssea, Van Philips, protético e inventor dessas próteses, e os atletas Dennis Oehler e Todd Schauffhauser (amputado acima do joelho) se reúnem em São Paulo para uma série de eventos. Informações: Centro Ortopédico Marian Weiss (tel. 011-825-8699) Texto Anterior: Gatos domésticos podem transmitir vírus Índice |
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