São Paulo, domingo, 10 de abril de 1994
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A morte como missão

INÁCIO ARAUJO

A imagem de Kirk Douglas caminhando no interior de uma trincheira é como se fosse o coração de "Glória Feita de Sangue": sentimentos como disciplina, obstinação, respeito à hierarquia, ambição transitam pelo rosto rígido do coronel. Estamos na 1ª Guerra e ele, francês, é encarregado de liderar uma missão suicida contra os alemães. O fato de a missão dar para trás não é tão importante. A irracionalidade da guerra e, em especial, dos militares é o verdadeiro assunto que Stanley Kubrick ataca no filme. Para que tudo funcionasse, era preciso que levasse as situações com realismo absoluto, às vezes quase abominável. É o que fez. "Glória Feita de Sangue"' é um manifesto contra os generais e suas pompas, senão fúnebres, pelo menos funéreas. (IA)

GLÓRIA FEITA DE SANGUE (Paths of Glory). EUA, 1957, 86 min. Direção: Stanley Kubrick. Com Kirk Douglas, Adolphe Menjou. Em preto-e-branco. Na Globo.

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