São Paulo, segunda-feira, 11 de abril de 1994 |
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Comando dos tucanos tem a 'cara' de FHC
EMANUEL NERI
Na equipe de FHC, tem gente para todos os gostos. Dos amigos pessoais, como o empresário Sérgio Motta e o deputado José Serra (PSDB-SP), aos novos aliados, como Jorge Bornhausen, presidente do PFL, todos terão poder na campanha. Também integrará o "staff" fernandista a chamada "prata da casa". São os assessores que trabalham com FHC desde que ele se tornou senador. Estão nesse bloco o economista Eduardo Jorge Pereira, o sociólogo Eduardo Graeff e a jornalista Ana Tavares. No comando da campanha também há lugar para o presidente do PSDB, Tasso Jeireissati, e os ex-deputados Pimenta da Veiga (MG) e Euclides Scalco (PR). Os dois poderão ficar com a coordenação política da campanha. O comitê financeiro da campanha deverá ser administrado por empresários. Dois estão com cotação alta – Émerson Kapaz, coordenador do PNBE (Pensamento Nacional das Bases Empresariais), e David Moreira, especialista em privatização. A cúpula da campanha também terá lugar para intelectuais. Eles se encarregarão da elaboração de estudos e de textos e manifestos pró-FHC. Fazem parte desse grupo Artur Giannotti, Vilmar Faria, Bolivar Lamounier e Ruth Cardoso, mulher do candidato. Os tucanos pensam ainda em ter coordenações regionais da campanha nos 26 Estados e no Distrito Federal. O plano é usar a estrutura da campanha dos candidatos a governos do PSDB e de partidos aliados. Em cada Estado, o comando da campanha será entregue a pessoas sintonizadas com FHC e o PSDB. Há apenas uma preocupação –tal tarefa não pode ser entregue a tucanos que estejam disputando eleições majoritárias nos Estados. O comitê central da campanha ficará em Brasília. FHC e sua equipe acreditam que a capital federal é o lugar ideal para centralizar a campanha. Já está sendo procurado um prédio para abrigar o comitê. Mas tudo isso ainda está na fase de idéias. FHC deixou o Ministério da Fazenda na semana passada e ainda não houve tempo para estruturar seu esquema de campanha. Tudo começará a ser detalhado a partir desta semana. Até o último fim-de-semana, FHC se preocupou em definir a escolha do vice e da aliança que fará com PFL, PP e PTB. Tasso Jereissati teve papel de destaque nessa fase da campanha. Os tucanos acreditam que essa fase se estenderá ainda por abril e maio. A convenção do PSDB está marcada para 21 e 22 de maio. Só a partir daí, eles pretendem colocar a campanha nas ruas. Mas o candidato vai começar nos próximos dias uma série de visitas aos Estados. A partir daí, começa o trabalho dos articuladores políticos da campanha. Texto Anterior: Lula pode dar 'murro' e controlar os radicais Próximo Texto: ALOÍZIO MERCADANTE Índice |
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