São Paulo, segunda-feira, 11 de abril de 1994
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Resultados manifestam apoio a Plano Cavallo

MARCO CHIARETTI
DO ENVIADO ESPECIAL

As eleições constituintes de ontem são mais um sinal de apoio à estabilidade econômica obtida na Argentina depois de abril de 1991. Mas, apesar disso, há problemas na economia do país.
O "superministro" da Economia, Domingo Cavallo, 47, criou em março de 1991 um plano de estabilização econômica.
Baseado na convertibilidade entre a moeda nacional (o peso) e o dólar norte-americano, com o plano Cavallo conseguiu controlar a inflação que nunca baixava. Os preços subiram 5,2% nos últimos 12 meses, 0,1% em março.
A oposição criticou duramente o plano desde o início, mas nunca convenceu os eleitores, assustados por dois momentos hiperinflacionários (89 e 90). A estabilidade ganhou as últimas cinco eleições.
Semana passada, Cavallo fez uma descrição da situação econômica do país a seus colegas ministros e deixou-os preocupados.
Com o crescimento dos juros nos EUA, o ingresso de capitais baixou bruscamente. Em 1991, entraram US$ 3,6 bilhões a mais.
No ano seguinte, a balança foi novamente favorável, mas houve um boom: US$ 12 bilhões. Em, 93, chegou-se a US$ 16,5 bilhões.
Para 94, as perspectivas mais otimistas dão conta de uma balança favorável de US$ 12,5 bilhões.
O problema é mais sério porque a balança comercial é deficitária desde o começo do plano.
Com ele, a moeda nacional ficou supervalorizada e o país se abriu. O plano fez disparar as importações (que dobraram em três anos), mas não conseguiu incrementar as exportações, estáveis no patamar dos US$ 12 bilhões.
A economista Beatriz Nofal, ex-funcionária do governo Alfonsín, acha que a economia do país está imobilizada pela impossibilidade de exportar mais.
O ex-presidente do Banco Central, Gonzalez Fraga, acha que o PIB não crescerá mais do que 4%.
Cavallo está preocupado e vai propor mudanças nos próximos dias, depois de uma viagem.(MC)

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