São Paulo, quarta-feira, 13 de abril de 1994 |
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Financiamento pode ser arma de marketing político, diz ex-senador
CLÁUDIA TREVISAN
A sugestão foi feita ontem pelo ex-senador Marcondes Gadelha, durante o seminário "Marketing Político, o X da Questão", organizado com o apoio da Folha. Gadelha lembrou que a nova lei eleitoral inova em relação às anteriores ao permitir que cada eleitor gaste 1.000 Ufirs em apoio ao candidato de sua preferência. "O gênio de marketing que descobrir uma forma de arrecadar esses recursos de forma maciça terá nas mãos um poderoso instrumento", afirma. Segundo Gadelha, os candidatos podem usar mecanismos como mala direta e telemarketing para pedir a colaboração de eleitores. Mas as 1.000 Ufirs não poderão ser doadas diretamente ao candidato ou partido. O eleitor deve fazer gastos que, de alguma forma, auxiliem o candidato. Gadelha observa que, nos EUA, os eleitores podem doar até US$ 1.000 durante a campanha. "Nas últimas eleições presidenciais foram arrecadados US$ 177 milhões por este sistema", informa. A diferença é que, nos EUA, o candidato ou partido não pode pedir a colaboração do eleitor -ela deve ser espontânea. O ex-senador afirma que os partidos brasileiros, com exceção do PT, não têm experiência em mobilizações de massa e terão que encontrar saídas para tirar proveito da nova legislação. Outra novidade, segundo ele, é o estabelecimento do limite de gastos pelos próprios partidos. "Os que fixarem um limite alto podem ser acusados de representar o poder econômico. Se o teto for baixo, há o risco de o dinheiro acabar durante a campanha." O seminário "Marketing Político, o X da Questão para ganhar as Eleições" continua hoje, no Hotel Transamérica (SP), a partir das 14h. Às 17h05, está prevista palestra de Gustavo Venturi, diretor do Datafolha, sobre 'Influência e Uso de Pesquisas Eleitorais no Marketing Político". O telefone do hotel é (011) 263-5772. Texto Anterior: Votação nas eleições poderá ser feita em duas urnas Próximo Texto: 'Precisamos construir a Norte-Sul' Índice |
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