São Paulo, quarta-feira, 13 de abril de 1994 |
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Pela tangente O embaixador do Brasil em Portugal, José Aparecido de Oliveira, criou fama na política brasileira como ruim de voto e bom de articulação. Seu prazer está em ouvir, falar, articular. Em 1984, como secretário da Cultura de Tancredo Neves em Minas Gerais, envolveu-se de corpo e alma nas articulações que levariam à Aliança Democrática. Desde a crise de 1964, quando era secretário do ex-governador Magalhães Pinto, não falava com tanta gente num único dia. Mas para ele isto é prazer puro. Dono de excelente memória, sabe sempre o que foi dito, quando, onde, como e por quem. Uma hora, porém, a memória falha. Certa noite, dois jornalistas foram à sua casa. Aparecido os recebeu com abraços e um comentário: – Mas que enorme prazer. Há quanto tempo não nos vemos! Um dos visitantes corrigiu: – Não tem tanto tempo assim, secretário. Nos vimos em Brasília, na semana passada. Aparecido não passou recibo: – Mas para mim é muito tempo! É uma prova de que gosto mais de vocês do que vocês de mim. Texto Anterior: Debate analisa funcionamento do Judiciário Próximo Texto: Em campo; A propósito; Último conselho; Quem desdenha...; Brecha para impugnação; Em fogo brando; Bunker; De olho no terreiro; Proibido para menores Índice |
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