São Paulo, quarta-feira, 13 de abril de 1994
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Metalúrgicos do ABCD prometem greve surpresa

Distribuidores de carros temem desabastecimento e ágio

DA FOLHA ABCD E DA REPORTAGEM LOCAL

Os metalúrgicos do ABCD vão entrar em greve hoje mesmo que haja um acordo salarial com a Anfavea (que representa as montadoras). A afirmação foi feita ontem pelo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABCD, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho.
Segundo ele, não houve acordo com outros setores automotivos, o que prejudica um possível acordo com a Anfavea.
A Anfavea ofereceu ontem aumento de 19% sobre o salário de março. A proposta seria levada à assembléia dos trabalhadores, realizada ontem à noite.
O Sindipeças (que representa a indústria de autopeças) propôs 14,11% sobre salários de fevereiro. "Não podemos aceitar, é um índice muito baixo", disse Vicentinho.
O presidente da Anfavea, Luiz Adelar Scheuer, afirmou que as negociações estavam difíceis, mas esperava um acordo. Vicentinho afirmou que a greve será feita por empresa e em dias a serem definidos.
"Será uma greve surpresa com empresas parando total ou parcialmente. Devemos parar cerca de 80 mil trabalhadores."
O presidente da Fenabrave (que representa os distribuidores), Sérgio Reze, afirmou ontem temer que a greve dos metalúrgicos afete a produção e as vendas de veículos no país. "O efeito dessa greve será a falta de produtos e o aparecimento de ágio nos preços."
"Talvez seja necessário um novo acordo para o setor de automóveis", afirmou o secretário-executivo do Ministério da Indústria e Comércio, Ailton Barcelos Fernandes, que esteve ontem em São Paulo para participar da reunião do Grupo 5 da Câmara Setorial Automotiva. "Vamos definir isso em reunião com todos os grupos de trabalho na próxima semana."
Vicentinho e Scheuer não estiveram na reunião da Câmara, mas Fernandes foi à sede da Anfavea para "tentar ajudar no entendimento" entre as partes. Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, da Força Sindical, presente à reunião da Câmara, prometeu parar hoje a Villares.
A greve na Firestone, Pirelli e na construção civil de São Bernardo e Diadema continua.

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