São Paulo, quinta-feira, 14 de abril de 1994
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Anunciante prioriza veículos competentes

NELSON BLECHER
ENVIADO ESPECIAL A CAMPINAS

A qualidade do produto editorial tornou-se fator decisivo na escolha da mídia para a veiculação de mensagens publicitárias.
"O anunciante quer ver sua publicidade nos veículos que praticam o melhor jornalismo", disse ontem o publicitário Armando Strozemberg, diretor da agência carioca Contemporânea.
Em sua palestra no seminário "A Imprensa em Questão", promovido pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Strozemberg mostrou dados de uma sondagem conduzida pela agência junto a 23 grandes empresas.
"A maioria absoluta faz questão de associar as marcas a uma ambiência editorial que revele competência jornalística. É um fator mais importante que o próprio custo do anúncio". A mesma regra vale para a TV. Os intervalos dos telejornais são hoje os mais valorizados.
O levantamento também apontou que jornal continua sendo "o melhor veículo" para anúncios de varejo.
"A convivência com a informação ajuda a propaganda", disse Washington Olivetto (agência W/Brasil), que, ao lado de Alex Periscinoto (Almap/BBDO), participou do painel "o jornalismo brasileiro visto pelos anunciantes".
Olivetto citou projetos da imprensa internacional calcados na credibilidade, a exemplo do jornal inglês "The Independent". "O leitor dará mais crédito ao jornal e também à propaganda".
Odebrecht
Antonio Alberto Prado, diretor da Odebrecht, relatou os esforços de comunicação para preservar a imagem do grupo em meio às acusações de suposto envolvimento com a corrupção surgidas no curso da CPI do Orçamento.
"A Odebrecht foi apontada como 'vilã' da crise e isso começou a gerar problemas para a empresa também no exterior", disse. A empresa atua em 19 países
Uma das providências, disse ele, foi contatar os correspondentes internacionais baseados no país e solicitar que considerassem a versão da empresa antes de enviar seus despachos.
Concessões
O presidente da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), Américo Antunes, demonstrou preocupação com a notícia de que 500 novas concessões para a mídia eletrônica serão distribuídas neste ano eleitoral.
A Fenaj, disse, conclui levantamento que revela que 188 dos 584 parlamentares já são proprietários de emissoras de rádio e TV.

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