São Paulo, quinta-feira, 14 de abril de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Lula defende a legalização do jogo do bicho

ABNOR GONDIM
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO LUÍS

O virtual candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, 47, defendeu ontem a legalização imediata do jogo do bicho.
"Eu venho defendendo isto desde a Constituinte de 88, com a finalidade de gerar mais empregos com carteira assinada", disse.
Segundo Lula, o escândalo do jogo do bicho mostra que o banditismo interessa à elite brasileira. "Estamos vendo isso com mais clareza agora.'
Lula acha inadmissível que o jogo do bicho continue ilegal enquanto funcionam mais de 20 jogos. "Tem o Papa-Tudo, da Globo, tem o Tele-Sena, do SBT, tem tudo quanto é tipo de jogo."
Ele afirmou lamentar que a legalização de jogos pela Caixa Econômica Federal esteja fugindo de seus objetivos.
"A Raspadinha foi criada para financiar casas populares, mas os recursos desapareceram. A Sena e a Loteria Esportiva foram feitas para financiar o esporte amador, mas também nunca há dinheiro."
Lula começou ontem sua "caravana" no Maranhão visitando um prefeito que foi expulso do partido há três semanas.
O prefeito de Alcântara (22 km de São Luís), Airton Viégas, 58, foi comunicado anteontem de sua expulsão do PT, sob acusação de nepotismo (empregar parentes). Ele era o único prefeito petista eleito no Maranhão.
Viégas disse a Lula, 47, ter sido vítima dos radicais do partido. O pré-candidato petista evitou comentar a crise no PT de Alcântara.
Ao discursar numa agrovila, Lula disse: "Estamos de parabéns em Alcântara porque conseguimos vencer em 89 no primeiro e segundo turnos na disputa presidencial e elegemos o prefeito pelo PT."
O prefeito disse ter afirmado a Lula que continua apoiando a sua candidatura à Presidência.

Texto Anterior: Assessora de Clinton aponta mudanças na mídia
Próximo Texto: Cidade protesta contra Lula
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.