São Paulo, quinta-feira, 14 de abril de 1994
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Fleury se irrita com denúncias

DANIEL CASTRO
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador de São Paulo, Luiz Antonio Fleury Filho, decidiu silenciar sobre as suspeitas de suburno de policiais e políticos por parte de bicheiros do Estado.
O assunto irrita o governador. Ontem de manhã, Fleury falava calmamente com jornalistas no Palácio dos Bandeirantes. Um dos assuntos era a revisão constitucional.
Ao ser questionado pela Folha sobre a decisão de combater o jogo do bicho no Estado, o governador mudou o tom de voz e demonstrou impaciência.
"Jogo do bicho é com o secretário de Segurança Pública (Odyr Porto), que tem carta branca do governador. Pergunte para ele. Não sou mais secretário de Segurança. Às vezes o pessoal esquece. Eu fui (secretário) há três anos", respondeu.
Depois da pergunta, o governador encerrou a entrevista.
Uma lista enviada anteontem à tarde à Secretaria de Segurança Pública, por fax, cita nomes de 41 policiais e políticos que, supostamente, receberiam propinas de bicheiros.
Na lista, estão policiais de confiança do governador e um parlamentar que dá sustentação ao PMDB (partido de Flery) na Assembléia Legislativa. O nome que assina a lista é falso.
CPI
Os deputados estaduais Antonio Carlos Campos Machado (PTB) e Erasmo Dias (PPR) pediram ontem a instauração de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito).
A CPI deverá investigar as ligações do jogo do bicho com o contrabando e o tráfico de drogas, bem como os subornos de policiais e políticos.
Para o líder do PT na Assembléia, Luiz Azevedo, a CPI pode ser usada para "acobertar" os deputados suspeitos de recebimento de propinas dos bicheiros paulistas.

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